Geralmente usamos tempo e clima como sinônimos no dia a dia, mas existe diferença no significado dessas palavras. Em resumo, devemos usar o termo ‘tempo’ quando queremos falar sobre o comportamento da atmosfera em um curto período, como agora ou nos próximos dias.

Já a palavra ‘clima’ será usada quando analisarmos a média desse mesmo comportamento atmosférico em um recorte maior de tempo (aqui, o do relógio), seja meses ou anos.

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Assim, quando a gente quer saber se vai dar praia ou se é melhor levar um casaco, estamos falando de previsão do tempo. E o que define os chamados tempos bom e ruim é um conjunto das condições atmosféricas.

É incrível como algo que parece tão corriqueiro possa ser medido por diferentes variáveis. Entre elas, podemos citar: temperatura, precipitação, umidade e pressão do ar, velocidade e direção do vento, radiação etc.

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Justamente pela quantidade de dados e pela característica mutante da atmosfera é que as previsões do tempo dependem das medições em estações meteorológicas.

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Caso contrário, planejar uma viagem ou ir à praia dependeria apenas de confiar nos nossos sentidos, que podem facilmente falhar. Afinal, quem nunca achou que o tempo ia ficar aberto, deixou o guarda-chuva em casa e acabou pegando um pé-d’água?!

O clima, por sua vez, é um recorte durante um longo período de tempo, seja médio ou longo prazo, nas mesmas condições atmosféricas analisadas na previsão do tempo. Por isso, ainda que a cidade do Rio de Janeiro tenha um dia de frio, seu clima ainda é considerado tropical.

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“O clima de uma região é determinado pelos sistemas predominantes de vento e pressão. Esses, por sua vez, são resultantes do aquecimento diferenciado do globo pela radiação solar, da distribuição assimétrica dos oceanos e continentes nos hemisférios, bem como das características da superfície: topografia, água, gelo, terra, vegetação”, explica Danielle Barros Ferreira, meteorologista e chefe do Serviço de Pesquisa Aplicada (SEPEA), do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Quais são os climas do Brasil?

Para quem não sabe, existem seis tipos de clima no Brasil:

mapa com os seis climas do Brasil
Imagem: Brainly / Reprodução

Veja as características de cada um abaixo:

  • Equatorial: quente e úmido durante todo o ano;
  • Tropical: úmido no verão e seco no inverno;
  • Tropical semiárido: quente e com pouca chuva;
  • Tropical litorâneo (úmido): quente, com chuvas concentradas no outono e inverno no Nordeste e no verão e primavera no Sudeste;
  • Tropical de altitude: temperaturas mais baixas do que as geralmente encontradas no clima tropical e com chuvas concentradas no verão;
  • Subtropical: verão quente e inverno frio com chuvas regulares ao longo do ano.

E se a Terra fosse plana?

Já se perguntou como seria o clima se a Terra fosse plana? Primeiramente, não existiriam as estações do ano, já que não haveria a inclinação do eixo do planeta e a incidência do sol seria igual sobre todos os continentes. Em segundo lugar, viveríamos em um mundo com temperaturas semelhantes.

Ilustração de Terra plana vista do espaço
Ilustração de Terra plana vista do espaço. Imagem: Amanda Carden / Reprodução

Esquisito? Sim, mas facilitaria na hora de fazer a mala para as férias, não é mesmo?

“Sem a existência de um aquecimento diferenciado no globo pela radiação solar, os padrões de circulação dos ventos não seriam gerados na atmosfera e consequentemente não iriam transferir calor do Equador para os polos e vice-versa. Dessa forma, não haveria diferenças de climas latitudinalmente, ou seja, não teríamos deslocamentos de massas de ar e as temperaturas do mundo seriam bem próximas”, esclarece Daniele.

Mudanças climáticas no cotidiano

As informações que determinam o clima de uma região são chamadas de normais climatológicas. As variáveis para essa classificação são coletadas e analisadas tomando como base um período de 30 anos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

No entanto, não existe uma diretriz que estabeleça um recorte de tempo para analisar se houve uma mudança no padrão climático de uma região, conforme esclarece Danielle.

Apesar disso, certamente muitos de nós percebem no dia a dia que nosso estilo de vida contribui para a mudança no clima nas cidades. Arranha-céus, presença de asfalto, o aumento de veículos automotores, indústrias; tudo isso contribui para provocar mudanças como redução da circulação de ventos, aumento de temperatura e chuvas mais intensas.

Ilustração de mudança climática com árvore meio seca e meio verde
Imagem: Sepp photography

“Esse cenário pode trazer grandes prejuízos à população, pois a baixa umidade relativa do ar favorece o surgimento de doenças respiratórias, assim como o aumento da temperatura pode causar desconforto térmico, além do aumento do consumo de eletricidade devido ao uso excessivo para refrigeração, dentre outros”, afirma Danielle.

“Desta forma, é fundamental que a população urbana se conscientize em reduzir as atividades que possam causar impactos tanto ao meio ambiente quanto a si própria”, conclui.

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