Um novo remédio é capaz de reduzir pela metade o risco de morte de pacientes de câncer de pulmão operados. É o que revela um estudo conduzido nos EUA. Além disso, o medicamento, chamado Osimertinibe, permitiu a sobrevida de cinco anos para cerca de 88% dos voluntários da pesquisa.

Para quem tem pressa:

  • Uma pesquisa, conduzida nos EUA, revelou um novo remédio capaz de reduzir pela metade o risco de morte de pacientes de câncer de pulmão operados;
  • A medicação, chamada Osimertinibe, também permitiu a sobrevida de cinco anos para cerca de 88% dos voluntários da pesquisa;
  • O tratamento com esse remédio vai beneficiar pessoas com um tipo de câncer de pulmão (adenocarcinoma) no qual o tumor tenha uma mutação específica;
  • Apesar de tamanha especificidade, 25% dos pacientes com adenocarcinoma têm essa alteração molecular;
  • A descoberta do Osimertinibe não anula a necessidade de cirurgia nem da quimioterapia, segundo um médico oncologista.

A pesquisa foi divulgada em Chicago durante a maior conferência anual de especialistas em câncer, organizada pela Asco (Sociedade Americana de Oncologia Clínica).

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O câncer de pulmão é o mais letal dos cânceres e mata cerca de três milhões de pessoas por ano, no mundo todo.

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O estudo sobre o remédio

Ilustração de câncer de pulmão
(Imagem: Reprodução/CEONC)

Gilberto Castro, oncologista e chefe do grupo de Oncologia Clínica de Tórax, Cabeça e Pescoço do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), explicou as condições para ser tratado com o Osimertinibe:

“Não é todo mundo que vai se beneficiar desse tipo de tratamento, são somente aqueles pacientes que têm esse tipo específico de câncer de pulmão que se chama adenocarcinoma e que apresenta a mutação do EGFR”.

EGFR é a sigla para Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico, uma proteína presente num gene que sofre mutação durante o câncer de pulmão. E é também um dos requisitos para o tratamento com o fármaco.

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Segundo o oncologista, é um medicamento já utilizado há vários anos no tratamento de câncer de pulmão que apresenta uma mutação que altera o DNA do tumor, num gene que é responsável pela proteína EGFR.

Ainda de acordo com o especialista, 25% dos pacientes com esse tipo específico de câncer de pulmão apresenta essa alteração molecular.

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Porém…

Ilustração digital de visão raio-x numa pessoa com câncer no pulmão com destaque no órgão e no tumor
(Imagem: Reprodução/Observatório de Oncologia)

A descoberta do Osimertinibe não anula a necessidade de cirurgia nem da quimioterapia.

O que a gente já sabia anteriormente do tratamento dessa doença não deixou de ser válido. Ou seja, é preciso operar quando dá para operar, precisa fazer quimioterapia quando tem que fazer quimioterapia. A informação nova foi justamente esse ganho de sobrevida.

Gilberto Castro, oncologista e chefe do grupo de Oncologia Clínica de Tórax, Cabeça e Pescoço do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo)

Nem todos os pacientes vão precisar desse tipo de tratamento. Apenas com a detecção da mutação do EGFR, via exame, é que o medicamento deve ser recomendado pelos médicos.

O câncer de pulmão

Raio-x de câncer de pulmão
(Imagem: James Heilman)

O médico destacou que o câncer de pulmão normalmente demora a ser percebido por quem o tem – e isso prejudica as chances de cura. “Infelizmente, nos estágios iniciais, o paciente não apresenta sintomas que a gente observa naqueles pacientes que têm câncer de pulmão avançado”, explicou.

O que os pacientes apresentam são “sintomas gerais”, conforme descreveu o especialista. Entre eles, estão: emagrecimento, perda de apetite e perda de energia para fazer as coisas. “São sintomas muito discretos que as pessoas confundem com alguma pequena infecção, algum resfriado, uma gripe”, acrescentou.

Por isso, a atenção e os cuidados com a saúde devem ser constantes.

Recomendações gerais de atenção à saúde, como ter uma dieta saudável, prática de exercício físico, evitar fazer sexo desprotegido são medidas de saúde que vão acabar prevenindo outros cânceres. Além desses, deve-se evitar o tabagismo, que é o principal fator de risco para câncer de pulmão.

Gilberto Castro, oncologista e chefe do grupo de Oncologia Clínica de Tórax, Cabeça e Pescoço do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo)

Com informações da Sociedade Americana de Oncologia Clínica

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