Na quarta-feira (21), arqueólogos revelaram um local religioso de cerca de 4.000 anos no município holandês de Tiel. Apelidado de “Stonehenge da Holanda” pela mídia do país, o “santuário ao ar livre” inclui um monte funerário que servia como calendário solar, segundo os pesquisadores.

Abrigando os restos mortais de cerca de 60 homens, mulheres e crianças, o monte tinha várias passagens pelas quais os raios de Sol passavam diretamente nos dias mais longos e curtos do ano.

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“Que descoberta arqueológica espetacular! Arqueólogos encontraram um santuário religioso de 4.000 anos em um sítio industrial”, diz uma publicação no Facebook da cidade de Tiel. “Esta é a primeira vez que um local como este é descoberto na Holanda”.

A animação abaixo reproduz como o local se parecia há milhares de anos, quando era utilizado para rituais.

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De acordo com o site RTL Nieuws, as escavações em torno do chamado “santuário ao ar livre” começaram em 2017 na pequena aldeia a cerca de 50 quilômetros a sudeste de Utrecht, um conhecido centro religioso secular dos Países Baixos.

Ao analisar a composição e as cores da argila, os cientistas identificaram três túmulos nas escavações, a poucos quilômetros das margens do rio Waal. Segundo o comunicado oficial emitido pelo governo de Tiel, o monte principal tem cerca de 20 metros de diâmetro com suas passagens alinhadas para servir como calendário solar.

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“As pessoas usavam esse calendário para determinar momentos importantes, incluindo dias de festa e colheita”, disseram os arqueólogos. “Esta colina lembrou Stonehenge, o conhecido monumento pré-histórico misterioso na Grã-Bretanha, onde este fenômeno também ocorre”.

Também foram encontrados outros dois montes menores. Segundo os pesquisadores, os três foram usados como locais de sepultamento por cerca de 800 anos.

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Eles fizeram outra descoberta fascinante: uma única conta de vidro dentro de uma sepultura, que, após análise, detectou-se ter se originado na Mesopotâmia, atual Iraque. “Essa conta percorreu uma distância de cerca de 5.000 quilômetros, quatro milênios atrás”, disse o líder da equipe, Cristian van der Linde.

Conta descoberta em uma das sepulturas indica que os habitantes daquele local tinham contato com pessoas a quase 5 mil km de distância há quatro milênios. Crédito: Prefeitura de Tiel/Holanda

“O vidro não foi feito aqui, então a conta deve ter sido um item espetacular, pois era um material desconhecido para as pessoas”, acrescentou Stijn Arnoldussen, professor da Universidade de Groningen. 

Segundo ele, não se pode precisar a idade do item. A conta mesopotâmica pode ter existido por muito tempo antes de acabar nas redondezas de Tiel. “As coisas já estavam sendo trocadas naqueles tempos. A conta pode ter estado acima do solo por centenas de anos antes de chegar a Tiel”.

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