Apesar de o governo garantir o sucesso do programa Carro Popular, que está concedendo descontos na compra de veículos de até R$ 120 mil, dados da Fenabrave/Senatran mostram uma queda de 15,15% nas vendas de carros no mês de junho, conforme apontou reportagem do UOL. 

O que você precisa saber: 

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  • Para o setor, o mês de maio foi considerado bem ruim; 
  • O investimento usado pelo programa, que já passa dos 90% do valor destinado, não é o suficiente para suprir o mês passado; 
  • Isso ocorre porque, desde que o benefício foi anunciado, em maio, locadoras, principais clientes da indústria automotiva, deixaram de comprar carros à espera dos descontos; 
  • Em suma, se a locadora não compra, a marca não vende; 
  • Vale pontuar que há carros vendidos que ainda não foram contabilizados. 

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Ao portal, o consultor automotivo Marcelo Cavalcante de Lima explicou que o varejo até conseguiu se manter estável em relação a maio, mas com um crescimento de apenas 0,09%. Já o atacado registrou uma queda significativa nas vendas: 32%. 

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A queda nas compras das grandes frotistas, somada à postergação da última semana do mês de maio, é preocupante. O desajuste dos estoques das montadoras tem a tendência de provocar paralisações na produção, principalmente, nas marcas que têm maior penetração no setor de locação. 

Marcelo Cavalcante de Lima, consultor do mercado de veículos, ao UOL. 

O especialista destacou ainda que as marcas que mais alocaram recursos no programa continuam registrando quedas. É o caso da Fiat e da Jeep — juntas elas são responsáveis por R$ 190 milhões dos recursos autorizados pelo governo, mas sentem queda nas vendas devido à redução de compras das locadoras. 

À Paula Gama, colunista do UOL, o conselheiro da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) confirmou que as locadoras decidiram esperar os benefícios do programa desde que ele foi sinalizado na mídia. Ele explicou também que o grupo esperava por mais descontos vindos das próprias empresas, já que as compras seriam feitas em grande volume. 

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A prorrogação do programa para pessoas físicas 

O cenário se complicou quando na quarta-feira (21), dia que terminaria o prazo de prioridade de vendas com descontos para pessoas físicas (entenda aqui), foi prorrogado por mais 15 dias pelo governo. 

A prorrogação impede exatamente o principal cliente das montadoras, responsável pela compra de 30% dos automóveis e comerciais leves vendidos no país — e que assim contribui diretamente para a estabilidade da indústria automotiva, de participar do programa que também foi criado para que as montadoras pudessem vender estoques parados. 

Paulo Miguel Júnior, conselheiro da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). 

A organização acrescentou que só alcançará “o objetivo de também ampliar a produção”, se a medida contemplar todos os compradores, PJ e PF. “O que é fundamental para a efetividade da MP e o fomento aos empregos na indústria automotiva“, acrescentou o conselheiro. 

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Com informações do UOL

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