Nesta segunda-feira (3), tem início a lua cheia de julho, que conta com uma particularidade: devido à sua proximidade com a Terra, ela é chamada de “Superlua” – levando-se em consideração a definição do criador do termo.

Chamada de “Lua dos Cervos”, esta será apenas a primeira Superlua de 2023, com outras duas ocorrendo em agosto e a última em setembro. 

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De acordo com o Old Farmer’s Almanac (Almanaque do Velho Fazendeiro), uma das publicações mais tradicionais dos EUA voltadas à vida no campo, a lua cheia de cada mês do ano tem seu próprio nome.

A lua cheia de julho é chamada “Lua dos Cervos” independentemente de ser “super” ou não. Crédito: Volodymyr Burdiak – Shutterstock

Luas cheias de 2023:

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  • 6 de janeiro: Wolf Moon (Lua do Lobo)
  • 5 de fevereiro: Snow Moon (Lua de Neve)
  • 6 de março: Worm Moon (Lua de Minhoca)
  • 6 de abril: Pink Moon (Lua Rosa)
  • 5 de maio: Flower Moon (Lua das Flores)
  • 4 de junho: Strawberry Moon (Lua de Morango)
  • 3 de julho: Buck Moon (Lua dos Cervos)
  • 1 de agosto: Sturgeon Moon (Lua do Esturjão)
  • 30 de agosto: Blue Moon (Lua Azul)
  • 29 de setembro: Harvest Moon (Lua da Colheita)
  • 28 de outubro: Hunter’s Moon (Lua do Caçador)
  • 27 de novembro: Beaver Moon (Lua do Castor)
  • 26 de dezembro: Cold Moon (Lua Fria)

Julho marca a época em que crescem os chifres dos cervos machos, por isso a lua cheia desse mês é “dos Cervos”. Os chifres desses animais passam por um ciclo anual de queda e regeneração, tornando-se progressivamente maiores com o avanço da idade.

Dicas para observar a Superlua dos Cervos 

A Lua alcançou a fase cheia às 8h38 da manhã (horário de Brasília). Ela aparecerá no céu desta noite a partir das 17h42, segundo o guia de observações astronômicas In-The-Sky.org, permanecendo visível até 8h de terça-feira (4). 

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Esses horários têm como referência um observador baseado em São Paulo. O momento exato em que o astro nasce em sua localidade pode ser consultado em aplicativos como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.

Para ver a Lua, basta olhar para a direção leste, que é o lado oposto em que o Sol estiver se pondo. A primeira hora após a aparição é o momento mais propício para observá-la, pois ela está maior e pode apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), devido à interação com a atmosfera. Conforme for ficando mais alta no céu, ela continuará igualmente ou até mais brilhante, mas nos parecerá menor e bem branca. 

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Embora não seja necessário qualquer instrumento especial, quem tiver binóculos, telescópio ou uma boa câmera com zoom pode observar mais detalhes, como as crateras da superfície lunar, por exemplo.

Se o seu ponto de observação não for conveniente (caso o céu esteja nublado, ou o frio desanime a sair de casa para contemplar o fenômeno), é possível acompanhar tudo pela internet. 

O Virtual Telescope Project (Projeto Telescópio Virtual), um serviço prestado pelo Observatório Astronômico Bellatrix, com sede em Roma, na Itália, vai realizar uma transmissão em tempo real a partir das 18h pelo YouTube

Leia mais:

É ou não é “Super”?

De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase completa praticamente ao mesmo tempo em que faz sua aproximação máxima com a Terra (ponto chamado de perigeu).

“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.

Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, explica o astrônomo.

Pela definição do astrólogo Richard Nolle, “pai” do termo, pode-se chamar de Superlua quando a lua cheia está perto de (dentro de 90%) sua maior aproximação da Terra em uma determinada órbita (que, neste mês, será de 360.149 km). Assim, como a lua cheia desta segunda-feira estará a cerca de 361 mil km do nosso planeta, sim, enquadra-se como uma Superlua.

No entanto, Zurita explica que, no meio científico, os astrônomos preferem o termo “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”, adotado para quando a Lua entra na fase cheia a menos de 24 horas do perigeu. “E neste critério, esta lua cheia não é uma Superlua, já que ela chega a essa fase pouco mais de 35 horas antes de atingir seu perigeu”.

Imagem: Reprodução/Vox

Sempre que a lua cheia acontece próxima ao perigeu, ela aparece até 14% maior e 30% mais brilhante, se comparada à lua cheia do apogeu (ponto mais afastado da Terra).

De qualquer maneira, fica a dica preciosa do nosso colaborador: “Independentemente da forma como a chamamos, é um excelente momento para contemplar a Lua, seja a olho nu, seja através de telescópios, mas, preferencialmente, muito bem acompanhado”. 

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