Nesta segunda-feira (3), teve início a lua cheia de julho, também chamada de Lua dos Cervos (clique aqui para entender o motivo desse nome e saber as designações que o astro recebe em sua fase completa nos demais meses do ano). Assim que o Sol se pôs, esta que é a primeira Superlua de 2023 pôde ser vista imensa e brilhante no céu.

Segundo o guia de observações astronômicas In-The-Sky.org, as próximas Superluas do ano acontecem nos dias 1º e 30 de agosto, com a última em 29 de setembro.

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A lua cheia de julho é chamada “Lua dos Cervos” independentemente de ser “super” ou não. Crédito: Volodymyr Burdiak – Shutterstock

Mas, o que é uma Superlua?

De forma bem simples e resumida, uma Superlua ocorre quando o nosso satélite natural chega à fase completa quase ao mesmo tempo em que faz sua aproximação máxima com a Terra (ponto chamado de perigeu).

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“Mas, sem saber o quão perto a lua cheia precisa estar da Terra, não dá para cravar se esta ou aquela lua cheia é uma Superlua”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, que é presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

Segundo Zurita, até existem algumas tentativas de criar uma definição científica, completa e definitiva para o termo, mas é difícil chegar a um consenso, e talvez isso tenha algo a ver com ele vir da astrologia. “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu, que, na prática, não tem nada de super, nem representa nenhum fenômeno de interesse científico”.

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Talvez por isso a União Astronômica Internacional (IAU) não demonstrou, até hoje, nenhum interesse em normatizar o termo. “Tudo que temos são as definições informais para a Superlua”, explica o astrônomo.

Pela definição do astrólogo Richard Nolle, “pai” do termo, pode-se chamar de Superlua quando a lua cheia está perto (dentro de 90%) de sua maior aproximação da Terra em uma determinada órbita (que, neste mês, é de 360.149 km). Assim, como a lua cheia desta segunda-feira estava a cerca de 361 mil km do nosso planeta, sim, enquadra-se como uma Superlua.

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No entanto, Zurita explica que, no meio científico, os astrônomos preferem o termo “perigeu-sizígia” ou simplesmente “Lua Cheia no Perigeu”, adotado para quando a Lua entra na fase cheia a menos de 24 horas do perigeu. “E neste critério, esta lua cheia não é uma Superlua, já que ela chegou a essa fase pouco mais de 35 horas antes de atingir seu perigeu” – que será nesta terça-feira (4), às 19h25.

Imagens da Superlua dos Cervos inundam a internet

Para ver a Superlua na noite passada, um observador baseado em São Paulo, por exemplo, só precisava, ao cair da noite, olhar para a direção leste, que é o lado oposto ao pôr-do-sol. A primeira hora após a aparição, que foi por volta das 17h40 (pelo horário de Brasília) seria o momento mais propício para observá-la, pois ela estava maior, podendo apresentar belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada e até avermelhada), devido à interação com a atmosfera

Conforme foi ficando mais alta no céu, ela continuou igualmente ou até mais brilhante, mas já aparecia menor e bem branca. 

Se você não conseguiu ver a Superlua dos Cervos, não se preocupe, pois registros belíssimos de todas as partes do mundo não faltaram nas redes sociais. Confira alguns abaixo:

Leia mais:

Zemun – Sérvia

São Paulo – Brasil

São Luis do Maranhão – Brasil

Assunção – Paraguai

Istambul – Turquia

Wiltshire – Inglaterra

Londres – Inglaterra

Douai – França

Porto Selvaggio – Itália

Fort Worth – EUA

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