Uma descoberta brasileira pode alterar os rumos do uso do canabidiol na medicina. Testes realizados pelo biólogo molecular brasileiro Rodrigo Moura Neto apontam para uma planta que é fonte abundante de CBD, mas sem as típicas complicações da cannabis, considerada ilegal em muitos lugares do mundo.

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Com canabidiol, mas sem THC

  • Os testes são realizados no Rio de Janeiro com a planta Trema micrantha blume, nativa das Américas e muitas vezes considerada uma erva daninha.
  • O biólogo brasileiro descobriu recentemente que as frutas e flores dessa planta contêm um dos princípios ativos da maconha: o canabidiol, que tem se mostrado promissor como tratamento para condições como epilepsia, autismo, ansiedade e dor crônica.
  • Além disso, os estudos indicam que ela não contém o ingrediente psicoativo da maconha, o tetrahidrocanabinol ou THC. “Foi maravilhoso encontrar uma planta com CBD, mas sem THC, porque você evita toda a bagunça em torno de substâncias psicotrópicas. Isso significa que o potencial é enorme”, afirmou Rodrigo Moura Neto em entrevista à AFP.
  • A equipe de pesquisadores, composta por 10 membros, ganhou recentemente uma doação pública de US$ 104 mil, cerca de R$ 500 mil, para expandir o projeto, que agora identificará os melhores métodos para extrair o CBD da Trema micrantha blume. Em seguida, eles estudarão a eficácia da substância como substituto da maconha medicinal.

Descoberta pode acabar com as polêmicas

  • A cannabis, domesticada pela primeira vez na China há mais de 10 mil anos, é cultivada há milênios para aprimorar seus efeitos medicinais e de alteração da mente.
  • Mas o uso da maconha medicinal é polêmico, inclusive no Brasil, onde pacientes têm entrado na Justiça para ganhar o direito de utilizar a substância.
  • Embora haja uma legislação no Congresso para tratar do assunto, o cultivo continua ilegal no país, obrigando a importação do produto.
  • O mercado global do canabidiol vem crescendo ano após ano. Em 2022, foi estimado em quase US$ 5 bilhões. E a empresa de análise Vantage Market Research projeta que crescerá para mais de US$ 47 bilhões até 2028, impulsionada principalmente pelo uso de saúde e bem-estar.

Com informações da PHYS.ORG.

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