Enquanto estamos na Terra, as orientações do que está em cima e embaixo, são bem claras, mas será que existe um para cima e para baixo no espaço?

De acordo Sanjana Curtis, astrofísica nuclear, a maioria dos físicos considera para baixo a direção na qual a gravidade puxa e para cima a direção contrária à atração. Em um local sem gravidade, esses conceitos não existem, mas não é bem assim que funciona.

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Por exemplo, na Estação Espacial Internacional, os astronautas experimentam um ambiente de microgravidade. Tudo em órbita está em queda livre em direção ao centro da Terra, no entanto, a velocidade da ISS e a força centrípeta resultante empurram a espaçonave para cima, a uma velocidade igual à força da gravidade.

Essa é uma das coisas mais empolgantes da física, que temos uma estrutura para descrever e dar sentido às coisas que não são intuitivas ou que não conseguimos perceber. Para cima e para baixo podem ser termos vagos, mas em física, você sempre pode encontrar uma definição que funcione.

Sanjana Curtis, em resposta à LiveScience

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Gravidade no espaço

Albert Einstein, em sua Teoria da Relatividade Geral, descreve a gravidade como uma deformação do espaço-tempo, onde todo objeto com massa o distorce. Uma analogia para isso é se colocarmos uma bola de boliche em cima de um lençol esticado, a deformação é a representação da gravidade, se uma bolinha de gude é adicionada, ela será atraída para o objeto maior. 

Todo objeto no espaço exerce gravidade, e está sendo atraído para algo mais massivo. Consequentemente, todo lugar do universo está sujeito às influências gravitacionais, pelo menos é o que sabemos até agora. Mesmo muito longe de qualquer objeto, a deformação poderá ser sentida.

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Dessa forma, em qualquer lugar existe uma direção para baixo e para cima em relação à gravidade. No entanto, Jessica Esquivel, física de partículas, aponta que esses conceitos podem limitar a compreensão da física fundamental.

Uma das coisas mais difíceis do meu trabalho é tentar pensar fora desses binários, imaginar um espaço onde não haja alto ou baixo, avanço, retrocesso, passado ou presente. Há essa bela fluidez com a qual temos que nos envolver, e é realmente difícil, mas também uma das partes mais divertidas do trabalho. 

Jessica Esquivel

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