Mais um brasileiro foi selecionado para ir ao espaço. O cientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia de San Diego, pode ir à Estação Espacial Internacional (ISS) em novembro de 2024. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais.

Muotri vai ser o terceiro brasileiro no espaço, depois de Marcos Pontes, que viajou em 2006, e Victor Hespanha, que venceu um concurso e fez um voo suborbital com a Blue Origin ano passado.

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O pesquisador também vai ser considerado o primeiro cientista brasileiro em missão no espaço. Marcos Pontes é formado como engenheiro.

O que Alysson Muotri vai fazer no espaço?

De acordo com o portal g1, Muotri, especializado em transtornos do desenvolvimento neurológico, deve ficar 10 dias na ISS realizando vários experimentos com os “minicérebros”, sua principal área de atuação.

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Os “minicérebros” são desenvolvidos a partir de “células-tronco pluripotentes” e conseguem simular a organização celular do cérebro humano de forma mais simples.

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Os experimentos devem ter um foco em entender como a microgravidade afeta o cérebro humano. De acordo com a nota divulgada pelo governo, a pesquisa pretende “medir como a microgravidade afeta funções básicas das células cerebrais, incluindo sobrevivência, migração e metabolismo, além da formação de redes neurais”.

Representação do “minicérebro” (Imagem: Cortesia de Pasca lab/Stanford University)

A pesquisa vai ser uma continuação da já aplicada aqui na Terra. Em 2019, a universidade enviou esses “minicérebros” ao espaço. O resultado é que o órgão envelheceu cerca de 10 anos em um mês.

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As conclusões dessa pesquisa podem ser cruciais para a colonização espacial, já que podem indicar as consequências da presença humana a longo prazo fora da Terra.

Antes eu estava limitado a uma plataforma robótica. Ter um cientista fazendo experimentos em microgravidade é um privilégio

Alysson Muotri ao g1

Muotri é formado em ciências biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com doutorado em biologia genética pela Universidade de São Paulo (USP). O governo informou que não tem participação no financiamento da missão, nem a NASA nem a Universidade da Califórnia de San Diego emitiram nota sobre a escolha do brasileiro.

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