Muitas crianças – e até mesmo alguns adultos – adoram fazer buracos na areia da praia. Tem até quem se enterre, ficando apenas com a cabeça para fora (é, há gosto para tudo). Uma pergunta clássica que, em algum momento da vida, permeia a mente desses “tatus humanos” é: o que eu vou encontrar se cavar sem parar?

No imaginário infantil, a resposta para isso talvez seja “vou chegar no Japão”. Ou, quem sabe, “vou encontrar petróleo” (ah, se fosse fácil assim…). Há quem acredite que vá se deparar com um tesouro escondido ou, até mesmo, uma “lâmpada mágica” que se for devidamente esfregada vai libertar um gênio dos desejos.

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Você já cavou buracos na areia da praia imaginando onde conseguiria chegar? Crédito: Benevolente82 – Shutterstock

Divagações à parte, o que, de fato, existe embaixo da areia da praia, das dunas e dos desertos? A resposta certa é: varia.

Algumas dunas, por exemplo, se deslocam com o vento, o que significa que pode haver uma floresta inteira embaixo delas, ou mesmo grandes sumidouros prestes a engolir qualquer coisa que se mova sobre eles.

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A areia é formada a partir de rochas do solo maceradas pelo intemperismo dos rios e outros elementos. Nas orlas, o mar em constante agitação também tritura rochas no decorrer de milhares ou milhões de anos.

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Se você escavar na praia, pode se deparar com areia que foi compactada e transformada sob pressão no arenito de rocha sedimentar. Ao continuar cavando, agora usando equipamentos de perfuração avançados em vez de uma simples pazinha de brinquedo ou os braços, você atingirá o leito rochoso da área.

E se eu cavar a areia do deserto?

A maioria dos desertos não é coberta por areia, tendo o leito rochoso aparente. Naqueles onde há areia, ela geralmente é formada pela ação das intempéries sobre esse leito rochoso exposto. 

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À medida que a paisagem seca do deserto esfria e aquece durante o dia e a noite, as rochas desse leito se expandem e racham. Ao longo de milhares ou milhões de anos, o vento que sopra nas pedras menores as torna moídas em areia. Portanto, abaixo dessa camada estará exatamente o leito rochoso não afetado pelo vento e argila seca.

É claro que algumas surpresas podem aparecer. Em 2010, por exemplo, arqueólogos encontraram evidências de um megalago pré-histórico sob as areias do Saara, que se acredita ter se formado há cerca de 250 mil anos.

E então: vai tentar a sorte?

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