O Twitter ameaçou entrar com um processo contra a Meta pelo lançamento de sua nova plataforma que compete diretamente com a rede, o Threads. Em uma carta enviada ao CEO Mark Zuckerberg, o advogado do Twitter, Alex Spiro, acusa a dona do Instagram de contratar ex-funcionários que “tiveram e continuam tendo acesso aos segredos comerciais do Twitter e outras informações altamente confidenciais”.
O que aconteceu?
- A Meta lançou na quarta-feira (5) o Threads, seu novo app conectado ao Instagram que veio para concorrer diretamente com o Twitter;
- A rede social registrou 10 milhões de usuários em apenas sete horas no ar e, após um dia todo online, já somava 30 milhões de inscritos;
- A plataforma é uma aposta antiga da Meta, que quis agora aproveitar a imagem afetada do Twitter de Elon Musk para ganhar espaço no mercado.
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O Twitter pretende fazer cumprir rigorosamente seus direitos de propriedade intelectual e exige que a Meta tome medidas imediatas para parar de usar quaisquer segredos comerciais do Twitter ou outras informações altamente confidenciais.
Alex Spiro, advogado do Twitter, em carta à Meta.
No Twitter, após uma conta divulgar a notícia do possível processo por “apropriação indébita sistemática, intencional e ilegal” dos segredos comerciais e IP do Twitter, bem como pela coleta de dados, Musk se pronunciou pela primeira vez sobre a chegada do novo concorrente ao confirmar a ação judicial.
A concorrência é boa, a trapaça não.
Elon Musk no Twitter ao confirmar a ameaça de processo.
Meta responde
Em um post no Threads, Andy Stone, porta-voz da Meta, esclareceu que a acusação não tem base, já que a big tech não possui ex-funcionários do Twitter contratados.
Ninguém na equipe de engenharia do Threads é um ex-funcionário do Twitter — isso simplesmente não existe.
Um ex-funcionário sênior do Twitter também confirmou à Reuters que não tinha conhecimento de nenhum ex-funcionário da empresa trabalhando no Threads.
Segundo especialistas em leis de propriedade intelectual, para fazer uma reclamação de roubo de segredo comercial contra a Meta, o Twitter precisaria de muito mais detalhes do que somente o apontado na carta.
A mera contratação de ex-funcionários do Twitter (que o próprio Twitter demitiu ou expulsou) e o fato de o Facebook ter criado um site um tanto semelhante provavelmente não sustentam uma alegação de segredos comerciais.
Professor de direito de Stanford, Mark Lemley.
O Threads chega em uma reação considerada normal no mercado, visto que o Twitter tem deixado espaço para a concorrência diante de suas muitas mudanças e polêmicas sob o comando de Musk. As decisões da plataforma afastaram não apenas usuários, mas também anunciantes, um dos bens mais preciosos para o tipo de negócio online. Em sua mais recente e criticada alteração, o Twitter limitou o número de tuítes que usuários podem ler por dia. Saiba mais aqui!
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