Por quase uma década, centenas de pequenas esferas magnéticas lançadas por algo de fora de nosso planeta estiveram no fundo do Oceano Pacífico.

Agora, esses objetos foram desenterrados por uma expedição científica, e estão empolgando a mídia de forma desmerecida, segundo alguns cientistas.

publicidade

Leia mais:

Histórico do meteoro

  • Em 2014, uma bola de fogo brilhou no céu de Papua-Nova Guiné, liberando detritos por onde passou;
  • Um sensor do governo dos EUA que estava próximo indicou que a velocidade do objeto passou dos 177 mil km/h;
  • Já o CNEOS (Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA) detectou sua queda;
  • O meteoro caiu no oceano cerca de 85 quilômetros no mar.

O astrofísico da Universidade de Harvard, Avi Loeb, está na busca. Baseado em sua extrema velocidade e trajetória na entrada da atmosfera da Terra, Loeb acredita que o objeto, apelidado de Meteoro Interestelar 1 (IM1), é uma relíquia de outro sistema solar.

publicidade

Ele pensa, ainda, que o meteoro pode, potencialmente, abrigar “assinaturas tecnológicas” alienígenas (traços de tecnologia criada por entidades não-humanas).

Loeb e suas teorias extraterrestres

Essa não é a primeira vez que Loeb hipotetiza que nosso Sistema Solar já foi visitado por extraterrestres.

publicidade

Há cinco anos, ele e seu colega de Harvard, o pesquisador Shmuel Bialy, propuseram que o estranho objeto interestelar, o ‘Oumuamua, que passou por nosso Sistema no fim de 2017, era uma prova alienígena similar a uma vela.

O estudo sobre o objeto recebeu bastante atenção midiática, bem como críticas e elogios por parte da comunidade científica.

publicidade

Agora, com o financiamento do multimilionário das criptomoedas Charles Hoskinson, Loeb lidera uma expedição no Oceano Pacífico para recuperar o IM1. Até o momento, a equipe recuperou mais de 50 esferas magnéticas – elas são minúsculos orbes feitos de aço, magnésio e titânio – que podem ser pedaços de meteoro.

Recentemente, Loeb descreveu as esferas como sendo “anômalas”, presumidamente, devido ao seu baixo nível de níquel, algo comum nos meteoros. “Essa tem sido a experiência mais emocionante em minha carreira científica”, disse o pesquisador de Harvard em recente entrevista.

Há desavenças

Porém, não são todos que concordam com essa informação. Há cientistas que duvidam sobre a origem das esferas. Efetivamente, eles disseram que essas pelotas em especial não podem ser associadas à bola de fogo de 2014.

“É sabido há um século que se você pega um ancinho magnético e o passa pelo oceano, você encontrará esferas extraterrestres”, afirma Peter Brown, especialista em meteoros na Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá, ao Live Science.

Tais detritos se acumularam no fundo do oceano no mundo todo por milhões de anos de meteoros soltando pedacinhos de metal fundido conforme passam por cima, adicionou Brown.

Levando em consideração as mudanças nas correntes oceânicas e nos movimentos sedimentares, “seria essencialmente impossível dizer que essa esférula em particular vem de um evento em particular”.

Brown também foi co-autor de um artigo questionando o pedigree interestelar do IM1. A alegação de que o meteoro veio de fora de nosso Sistema Solar é baseada em sua velocidade ridícula ao entrar em nossa atmosfera.

No entanto, disse Brown, “particularmente em velocidades mais altas, os sensores do governo dos EUA tendem a superestimar as velocidades”. Uma velocidade mais baixa também explicaria o perfil de brilho incomum do objeto, que não correspondia ao que seria esperado de um meteoro metálico movendo-se a mais de 160 mil km/h, disse Brown.

Mas isso não significa que o meteorito não seja de outro sistema estelar, de fato. Até o momento, não houve impactos de meteoritos interestelares confirmados na Terra, apesar de o próprio Brown ter passado 20 anos na busca.

Sobre a possibilidade de ser evidências de tecnologia extraterrestre, a maioria da comunidade científica segue cética. “Isso seria um resultado extremamente legal. Mas não vejo nenhuma evidência que necessariamente apoie você em hipótese tão extrema”, ressaltou Brown.

Com informações de Live Science

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!