Pente de madeira mais antigo do Reino Unido é encontrado

O pente de madeira data de 3000 anos atrás e encontra-se preservado provavelmente por ter sido queimado antes de ser enterrado
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 14/07/2023 08h34
Pente de madeira encontrado no Reino Unido
Credito: Amgueddfa Cymru — Museum Wales
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Arqueólogos no País de Gales encontraram tesouros arqueológicos que datam da Idade do Bronze. Os achados consistem em um anel de cabelo feito de ouro e um pente de madeira, sendo o mais antigo já encontrado no Reino Unido.

Os objetos foram localizados em um túmulo à beira da estrada no Vale de Glamorgan, no sul do País de Gales, junto a uma pessoa cremada há cerca de 3 mil anos. 

Contendo oito dentes ainda presentes, diferente do que geralmente ocorre com a madeira e outros materiais orgânicos, o pente encontra-se em um estado de preservação surpreendente. Os arqueólogos acreditam que ele estar junto na cremação pode ter evitado que se desintegrasse completamente e sobrevivesse como carvão.

O anel de ouro é obviamente o objeto mais atraente para acompanhar a cremação. No entanto, o artefato mais importante é o que à primeira vista pode parecer o mais mundano: o pente de madeira, que é um achado sem paralelo no País de Gales, se não no Reino Unido.

Dave Gilbert, arqueólogo, em comunicado

Até então o pente de madeira mais antigo encontrado no Reino Unido, data de 140 a 180 d.C, durante o período romano, em 1936, tendo sido encontrado por um estudante de arqueologia durante uma visita às ruínas de Bar Hill Fort, próximo a Glasgow, na Escócia.

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Quanto ao anel de ouro, ele mede apenas 1,1 centímetro de diâmetro e é feito em um padrão chevron, ou espinha de peixe, usado provavelmente para incrementar penteados. Em 2021, uma joia semelhante foi encontrada na Alemanha, também da Idade do Bronze, sendo associada a pessoas de alta posição social.

O anel de ouro é um exemplo muito antigo, bem feito e pequeno de seu tipo, oferecendo uma nova visão sobre o desenvolvimento de anéis de cabelo como uma forma de joalheria antiga na Grã-Bretanha e na Irlanda.

Adam Gwilt, curador de pré-história

Acredita-se que os artefatos tenham sido incluídos no enterro para que eles acompanhassem o falecido na vida após a morte, ressaltando não só a importância deles para pessoas como o orgulho da aparência que já existia na região há milhares de anos.

As escavações no local aconteceram para que fossem feitas obras de construção de uma estrada, tanto o pente de madeira e o anel, quanto os restos cremados foram removidos e serão analisados antes de serem expostos no museu Amgueddfa Cymru.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.