Até agora só conseguimos confirmar no Sistema Solar dois objetos interestelares, o Oumuamua e o 2I/Borisov, com características completamente diferentes um do outro, como a velocidade e a existência de uma cauda. Acredita-se que isso seja devido à origem deles, das propriedades dos discos protoplanetários em que se formaram.

Quando descoberto em 2017, o Oumuamua não tinha cauda alguma, já o 2I/Borisov, em 2018, parecia um típico cometa, com as características de seus sistemas estelares impressas em ambos.

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Acredita-se que milhares de objetos interestelares estejam passando pelo sistema solar nesse momento, mas longe demais para serem detectados. Eles foram provavelmente ejetados de seus sistemas estelares quando passaram pelo caminho de algum gigante gasoso ou alguma estrela passageira. A gravidade do próprio Júpiter foi responsável por empurrar ou ejetar diversos objetos para fora.

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Movimentação das estrelas

Assim como os planetas estão orbitando suas estrelas, estas estão se movimentando pela galáxia, em torno do buraco negro central, em grupos com ritmos e química parecidas. Estrelas como o Sol, com elementos mais pesados, vivem no disco fino da Via-Láctea, um plano nos braços espirais. Acima delas, está o disco espesso, com estrelas mais velhas e com menos elementos pesados.

Cada um dos discos têm diferentes velocidades, e os objetos interestelares ejetados compartilham essas características com sua estrela-mãe, tendendo a se manterem em seus grupos de movimentação mesmo após isso. No entanto, esses grupos móveis cruzam o caminho do Sol o tempo todo.

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Adentrado o sistema solar

Para os objetos adentrarem o sistema solar interno a velocidade relativa dele quando comparada ao Sol precisa ser a menor possível, já os mais rápidos, geralmente não são atraídos pela gravidade solar e passarão direto. 

Os objetos interestelares mais lentos vem de sistemas estelares mais pesados, do disco fino, ou seja, seus discos protoplanetários possuem maior concentração de carbono, e outros elementos pesados. O carbono costuma usar todos os átomos de oxigênio livre para criar dióxido de carbono, deixando poucas moléculas de oxigênio para que a água se forme. Isso faz com que os objetos formados a partir deles tenham uma menor concentração de água, responsável pela cauda em cometas.

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Oumuamua provavelmente veio de um sistema estelar do tipo, já o 2I/Borisov possui uma concentração intermediária de água, a partir de análises espectrais da sua cauda. Apesar de atualmente só existirem dois exemplos desses objetos interestelares, muito pouco para esse tipo de conclusão, o novo Observatório Vera Rubin, que ficará pronto até o final da década, poderá encontrar outros corpos do tipo e fornecer imagens mais completas de onde eles vêm e de suas propriedades químicas.

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