A maioria das pessoas associa explosão por bombas nucleares aos acontecimentos em Hiroshima e Nagasaki em 1945 durante a Segunda Guerra Mundial. Embora estas ogivas tenham ferido e matado milhares de pessoas, elas sequer chegam perto da maior explosão nuclear do mundo, a qual concentrou cerca de 57 milhões de toneladas de dinamite e foi utilizada em testes pela União Soviética. A seguir, confira mais informações sobre este acontecimento e onde ele ocorreu.

Leia mais:

publicidade

Qual explosão nuclear é considerada a maior do mundo?

tsar bomb
Preparativos da Tsar Bomb no ano de 1960 (Reprodução: Rosatom/Reuters)

Intitulada de Tsar Bomb ou RDS 220, esta ogiva nuclear foi desenvolvida pela União Soviética (URSS) e testada oficialmente em 30 de outubro de 1961. Seu potencial explosivo correspondia a 57 megatons (equivalente a 57 milhões de toneladas de TNT), sendo, portanto, a bomba atômica mais destrutiva já criada.

A fissão nuclear foi descoberta em 1939 e, posteriormente, estudada e implementada como o principal mecanismo destrutivo de bombas para atacar os inimigos durante a Segunda Guerra Mundial. Após o encerramento oficial da guerra, as superpotências remanescentes (EUA e URSS) iniciaram o que ficou conhecido como “Corrida Armamentista”, representada pelo investimento maciço em pesquisa e desenvolvimento de ogivas nucleares: os países disputavam entre si para construir o arsenal de guerra mais potente do mundo, pois o “ganhador” carregaria o título da nação mais poderosa do mundo e, posteriormente, poderia utilizar esta influência internacional para controlar outros países.

publicidade
nuvem de fumaça da tsar bomb
Nuvem de fumaça ocasionada após a explosão da Tsar Bomb em 1961 (Reprodução: Rosatom/Reuters)

Essa corrida, desencadeada entre os anos de 1950 e 1960, deu origem à criação de bombas a base de Hidrogênio: uma substância destrutiva ainda mais potente que a matéria prima das bombas ateadas em Hiroshima e Nagasaki, as quais eram foram recheadas de Urânio e Plutônio.

No fim, a bomba de hidrogênio mais poderosa já construída foi a RDS 220, apelidada de Tsar Bomb, e cuja pesquisa foi liderada pelo físico Andrei Sakharov: o estudioso queria construir um projétil com 100 megatons de potência, contudo, a construção ocasionou uma série de problemas e acabaram diminuindo a potência total para 50 megatons. No dia do teste da bomba, no entanto, a potência foi superior ao esperado e alcançou 57 megatons de potência.

publicidade

Onde ocorreu a maior explosão nuclear do mundo?

arquipélago de nova zembla
Mapa de Nova Zembla no lado esquerdo e visão aérea da região no direito (Montagem: Wagner Edwards/Olhar Digital)

Os cientistas detonaram a bomba em 30 de outubro de 1961 no Oceano Ártico, mais especificamente no arquipélago de Nova Zembla. A ogiva nuclear de hidrogênio pesava 27 toneladas e detinha dimensões de 8 metros de altura por 2 metros de diâmetro. Ela foi transportada por um avião Tu-95-202 e lançada com um paraquedas, a fim de que não explodisse antes do esperado.

O resultado foi equivalente a um raio de destruição de 35 quilômetros e uma nuvem em forma de cogumelo com 60 quilômetros de altura. Nestas condições, a ogiva poderia facilmente destruir uma metrópole inteira instantaneamente, tais como São Paulo ou Paris. Confira o vídeo da explosão abaixo.

publicidade

O nome “Tsar Bomb” é inspirado no russo Ivan, O Terrível que viveu no século XVI e foi o primeiro soberano a adotar o título de czar (ou tzar). A região onde a bomba explodiu é composta por várias ilhas, embora nem todas sejam habitadas: menos de 3 mil pessoas vivem lá atualmente. No centro das ilhas, é possível encontrar uma região montanhosa, enquanto as demais partes do arquipélago hospedam paisagens com tundras e solo rico em metais como cobre, chumbo e zinco. Estima-se que o clima do lugar oscile entre -30 ºC e 5 ºC ao longo dos meses.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!