Já se passaram mais de 77 anos desde que duas bombas nucleares foram detonadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando em torno de 129 mil pessoas e causando efeitos devastadores à saúde a longo prazo.

Até o momento, esses são os únicos casos de armas nucleares sendo usadas em guerra, mas existem cerca de 12,7 mil ogivas restantes no mundo atualmente. Então, o que aconteceria se começasse uma guerra nuclear amanhã?

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No vídeo abaixo, a equipe do canal AsapSCIENCE detalha a ciência por trás das bombas nucleares para prever a probabilidade de sobrevivência. 

Segundo o site Science Alert, não existe uma maneira clara de estimar o impacto de uma única bomba nuclear, porque isso depende de muitos fatores, incluindo:

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  • o clima no dia em que ela é lançada;
  • a hora em que é detonada;
  • o layout geográfico de onde ela atinge;
  • se o artefato explode no solo ou no ar.

De um modo geral, no entanto, existem alguns estágios previsíveis de uma explosão de bomba nuclear que podem afetar a probabilidade de sobrevivência. 

Entenda a dinâmica das bombas nucleares e suas consequências

Conforme explica o vídeo, aproximadamente 35% da energia de uma explosão nuclear é liberada na forma de radiação térmica. Como a radiação térmica viaja aproximadamente à velocidade da luz, a primeira coisa que atingirá as vítimas é um flash de luz e calor ofuscantes.

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A luz em si é suficiente para causar algo chamado cegueira instantânea – uma forma geralmente temporária de perda de visão que pode durar alguns minutos.

O vídeo do AsapSCIENCE considera uma bomba de 1 megaton, que é 80 vezes maior do que a bomba detonada sobre Hiroshima, mas muito menor do que muitas armas nucleares modernas.

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Para uma bomba desse porte, pessoas que estivessem até 21 km de distância experimentariam cegueira instantânea em um dia claro, e indivíduos posicionados até 85 km ficariam temporariamente cegas em uma noite clara.

Para aqueles mais próximos da explosão, o calor também é um problema. Queimaduras leves de primeiro grau podem ocorrer a cerca de 11 km de distância, e qualquer pessoa que estivesse a uma distância de até 8 km poderia ser vítima de queimaduras de terceiro grau (que podem até matar).

Essas distâncias são variáveis, dependendo não apenas do clima, mas também das nossas vestes. Sim, a roupa que estivermos usando pode influenciar nos efeitos da bomba nuclear sobre nós. Trajes brancos podem refletir parte da energia de uma explosão, enquanto roupas mais escuras tendem a absorvê-la. (Mas, é pouco provável que isso faça muita diferença para aqueles infelizes o suficiente para estar no centro da explosão).

As temperaturas perto do local da explosão da bomba de Hiroshima foram estimadas em 300 mil graus Celsius – o que é cerca de 300 vezes mais quente do que a temperatura em que os corpos são cremados, de modo que os seres humanos foram quase instantaneamente reduzidos aos elementos mais básicos, como o carbono.

A explosão de uma bomba nuclear também afasta o ar do local do ataque, criando mudanças repentinas na pressão do ar que podem esmagar objetos e derrubar edifícios.

Dentro de um raio de 6 km de uma bomba de 1 megaton, as ondas de choque podem produzir 180 toneladas métricas de força nas paredes de todos os edifícios de dois andares e velocidades de vento de 255 km/h. Em um raio de 1 km, a pressão de pico é quatro vezes essa quantidade, e as velocidades do vento podem chegar a 756 km/h.

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Tecnicamente, os seres humanos podem até suportar tamanha pressão, mas a maioria das pessoas seria soterrada pela queda de edifícios. Se você, de alguma forma, conseguir sobreviver a tudo isso, ainda existe o envenenamento por radiação para lidar, além da precipitação nuclear

Os efeitos contínuos no planeta são mais duradouros do que podemos supor. Por exemplo, um estudo de simulação publicado em 2019 descobriu que uma guerra nuclear entre os EUA e a Rússia colocaria a Terra em um inverno nuclear em poucos dias, devido aos níveis de fumaça e fuligem liberados na atmosfera.

Sabe-se também que as partículas radioativas podem viajar bem longe. Um estudo recente descobriu que restos de carbono radioativo de testes de bombas nucleares da Guerra Fria foram encontrados até na Fossa das Marianas, o ponto mais profundo dos oceanos do mundo.

Assim, é praticamente impossível sair totalmente ileso de um contato relativamente próximo com um ataque a bomba nuclear.

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