O medo e a insegurança sobre uma possível guerra nuclear voltaram a assombrar o mundo. Desde o início das tensões entre Rússia e OTAN, que culminaram na guerra entre Rússia e Ucrânia a preocupação com o tema voltou. Apesar de ser uma possibilidade remota, o conceito de uma bomba nuclear é assustador. Mas será que é possível sobreviver a uma explosão desse tipo?

O professor de história e diretor do Instituto de Estudos Nucleares da Universidade Americana, Peter Kuznick, que se dedicou a estudar os efeitos das bombas nucleares lançadas pelos EUA nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki está preocupado com o cenário mundial.

publicidade

Leia mais:

O professor comenta que nos dias de hoje, o poderio dos armamentos é mais sofisticado, pois “a maioria das armas nucleares modernas tem entre 7 e 70 vezes mais poder”, do que as produzidas na década de 1940. Mesmo com bombas relativamente pequenas, a destruição causada é incalculável, com pessoas dizimadas e repercussões negativas que permearam a vida e a saúde dos sobreviventes.

publicidade

Diante da possibilidade de uma nova guerra nuclear, as pessoas voltaram a se questionar se há como sobreviver ao ataque e -se possível- qual seria a melhor maneira de se salvar da destruição em massa que esses eventos causam.

Consequências de uma explosão nuclear

Para estimar as consequência de uma explosão nuclear, é preciso saber quais são suas dimensões, já que o raio de destruição pode ser expandido ou reduzido de acordo com esse dado. Além disso, dependendo do quão longe a pessoa estiver do foco da bomba, sobreviver passa a se tornar uma questão de sorte.

publicidade

Segundo o professor de dinâmica de impacto na Escola de Engenharia e Tecnologia da Informação (SEIT) da Universidade de Nova Gales do Sul, Paul Hazell, em entrevista à Newsweek, apesar de as bombas modernas serem “efetivamente ‘limpadores de cidades'”, ou seja, causarem destruição sem precedentes, alguns fatores aumentam as chances de sobrevivência em áreas que não seriam totalmente destruídas.

Dentre os locais considerados mais seguros, estão os bunkers de concreto ou os porões. Uma dica que Hazell dá é: fuja de edifícios com fachada de vidro. Esse tipo de construção, além de não ser um refúgio, pode se tornar uma arma, pois com a explosão os “fragmentos de vidro resultantes seria mortais”.

publicidade

Em um prédio de apartamento, o ideal é se dirigir para a escada de incêndio, no núcleo estrutural do edifício, além de evitar locais com madeira, cimento de fibra ou com estruturas pré-fabricadas, a previsão é de que esses materiais não são suficientemente resistentes.

guerra-nuclear-bombas-consequencias
Imagens: Nuvem em formato de cogumelo ocasionada por uma bomba nuclear. Créditos: Vadim Sadovski/Shutterstock

Os automóveis não são seguros

Os carros também deve ser evitados durante explosões nucleares. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), esses automóveis não fornecem boa proteção contra materiais radioativos e outros fragmentos.

Escombros após terremoto
Foto: Andes/César Muñoz/Wikimedia Commons

Caso a pessoa esteja do lado de fora de algum edifício, o ideal é buscar um abrigo. O site ready.gov, dos Estados Unidos, indica que as pessoas precisam se esconder atrás de qualquer coisa que possa oferecer proteção, deitar de bruços e evitar tocar nos olhos, nariz e boca, se possível.

Além do calor e do impacto da explosão nuclear, a radiação é outro fator de preocupação. O professor de metrologia de radiação nuclear na Universidade de Surrey, Patrick Regan, declarou à Newsweek que pessoas expostas a quantidades grandes quantidades de radiação podem ser mortas instantaneamente — outras podem adoecer mais tarde, como aconteceu com Hiroshima e Nagasaki.

Altas doses de elementos radioativos afetam o sistema nervoso central, o que leva a pessoa que recebeu a carga à morte imediatamente. Doses menores pode não resultar em morte imediata nas pessoas expostas, mas aumenta o risco de doenças agudas de exposição à radiação e um possível desenvolvimento de câncer a longo prazo.

O melhor é se esconder da radiação

Para mitigar o impacto da radiação, o CDC aconselha que as pessoas entrem em construções o mais rápido possível, fechem as janelas e qualquer abertura que permita a passagem de ar, e se dirijam ao porão ou para o meio da estrutura. Nesses casos, a maior parte da radiação ficará concentrada nas paredes e no telhado do prédio. Antes de entrar no prédio, a entidade aconselha que roupas e outros materiais permaneçam fora da estrutura.

Se possível, tomar banho e colocar roupas limpas também evita que o material se espalhe no interior do imóvel. Nesse caso, o maior problema de ficar em uma estrutura qualquer será a presença -ou ausência- de comida. Sem um estoque de suprimentos adequado as pessoas podem perecer de inanição.

Em um cenário ideal, as pessoas precisariam de água engarrafada e comida enlatada suficientes para aguardar o decaimento da radioatividade. Esses requisitos são necessários porque a água oriunda do encanamento e os vegetais e animais da região provavelmente estarão contaminados com radioatividade. Cabe lembra que quanto mais tempo os indivíduos ficarem dentro do bunker, melhor.

Ao entrar em contato com possíveis alimentos ou bebidas, o CDC aconselha que os recipientes sejam limpos com um pano úmido antes da abertura e consumo. Após o uso do utensílio, esse pano deve ser vedado descartado.

Tipos de radiação

Provavelmente você já ouvir falar dos três principais tipos de radiação: alfa, beta e gama. Segundo Regan, a radiação gama, é a que causa menos dano, pois ela interage pouco com as coisas. Agora, a radiação alfa é uma potencial aniquiladora. Regan afirmou que ela “mata tudo em seu caminho”.

Felizmente, o potencial de penetração de alfa é baixo, diferentemente dos raio gama, capazes de atravessar uma parede. Regan garante que “esse tipo de material radioativo não pode entrar em uma pessoa, seja através da respiração ou da ingestão de alimentos”, quando uma partícula alfa está na corrente sanguínea, ela é capar de “entrar em contato com qualquer célula do corpo e levar à morte”.

O governo dos EUA aconselha que as casas tenham suprimentos para pelo menos três ou mais. A lista de materiais sugeridos é um pouco extensa, além da água e dos alimentos embalados, remédios, lanterna, baterias e um rádio para as comunicações e transmissões de emergência também estão inclusos.

Por fim, o historiador destaca que o temor de uma guerra nuclear “pode ter diminuído, mas despareceu”, e reforça o poder que, por enquanto, Joe Biden e Vladimir Putin têm em suas mãos, com “poder de veto sobre a existência contínua de vida em nosso planeta”.

Via: Newsweek

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!