A greve dos atores iniciada nas últimas semanas expôs o medo de Hollywood com a inteligência artificial. Os artistas se uniram aos roteiristas em um movimento inédito nos últimos 60 anos.

Dentre as principais reivindicações dos atores está um maior controle das ferramentas de IA. Pode parecer que a tecnologia ainda está longe de conseguir substituir pessoas reais por figuras digitais, mas será?

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As informações que surgiram após o começo da greve incluem possíveis negociações em que os estúdios pretendiam adicionar um direito vitalício ao uso digital da imagem de atores em novos contratos.

“Se não fosse um grande problema planejar a utilização de IA para substituir atores, seria óbvio colocar isso no contrato e nos deixar dormir com mais tranquilidade”, disse à Reuters Carly Turro, atriz conhecida pela série “Homeland”.

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“O fato deles não fazerem isso é aterrorizante quando você pensa no futuro da arte e do entretenimento como carreira”, completou ainda.

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Atores virtuais? Medo é real

Ainda em entrevista à agência, Duncan Crabtree-Ireland, principal negociador do sindicato, disse que os atores estão com medo de que seu trabalho seja usado para gerar intérpretes sintéticos que possam tomar seus lugares.

O negociador ainda explica que o grupo não se opõe totalmente ao uso da IA, mas quer que tenham regras e leis que regulem seu uso no meio artístico para evitar que atores percam seus trabalhos.

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greve atores
Greve dos atores de Hollywood Imagem: rblfmr/Shutterstock

Os estúdios concordaram em avisar o sindicato caso planejem usar atores virtuais em uma produção, para dar a chance de uma resposta do órgão.

Entretanto, a greve ainda parece longe do fim. As produções em Hollywood seguem paralisadas e os estúdios parecem relutantes em descartar o uso de IA para substituir atores nesse momento.

Outro ponto de debate está no uso dessa tecnologia para substituir figurantes. Os estúdios planejam incluir uma cláusula no momento da contratação de figurantes que permite o uso da imagem em IA.

“O que isso realmente significa é que essas empresas dirão aos figurantes: ‘Se vocês não nos derem o consentimento que exigimos, não os contrataremos e os substituiremos por outra pessoa'”, disse Crabtree-Ireland. “Isso não é um consentimento significativo.”

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