Asas de avião inspiradas em libélula podem ser mais leves e fortes

Pesquisadores estudaram o corpo de uma libélula como base para redesenhar asas mais sustentáveis de um Boeing 777
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 24/07/2023 16h26, atualizada em 25/07/2023 21h14
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Como criar asas de avião mais leves, fortes e sustentáveis? A natureza pode ter a resposta. Um artigo publicado na revista Advanced Science usou a asa de uma libélula como base para redesenhar um Boeing 777.

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Por que a libélula?

  • “Quando você olha para uma libélula, vê asas que evoluíram ao longo de milhões de anos para uma estrutura incrivelmente leve, eficiente e forte”, defende Masoud Akbarzadeh, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, um dos responsáveis pelo trabalho.
  • Ele explica que estava interessado na geometria da superfície e na estrutura interna das veias nas asas.
  • E destaca que ao olharmos de perto para o animal percebemos que o corpo dele inclui muitos polígonos convexos, o que garante força e flexibilidade, além de permitir sustentação e manobras rápidas.
  • “A rede convexa da asa é muito semelhante às redes eficientes que projetamos usando o método de estática gráfica que pesquisamos e desenvolvemos em laboratório. Pensamos: poderíamos usar nossas ferramentas de análise baseadas em geometria para analisar esses padrões e recriá-los sob diferentes condições para outros tipos de asas?”.
  • Os pesquisadores, então, mapearam as estruturas internas da asa da libélula e usaram esses dados para desenvolver e treinar um algoritmo.
  • O resultado foi uma “asa de avião projetada seguindo os princípios observados em uma asa de libélula”, diz Akbarzadeh.
Estrutura da asa da libélula foram usadas como base para criação de novo modelo de avião (Imagem: Darkdiamond67/Shutterstock)

Aplicação no mundo real

  • O próximo passo foi aplicar a descoberta em uma escala menor, incorporando designs inspirados em libélulas em uma fuselagem 2D de uma asa do Boeing 777.
  • Os testes comprovaram uma melhoria significativa na eficiência estrutural das asas.
  • O design da libélula aumentou a rigidez em 25%, sugerindo o potencial para asas mais leves e eficientes.
  • Agora, a equipe planeja usar estruturas 3D da asa da libélula, além de aprimorar o modelo de aprendizado de máquina.
  • Se der certo, isso pode significar uma verdadeira revolução na aviação.
  • “Ao fazer isso, poderíamos criar aviões mais leves e eficientes, usando menos materiais, levando a economias consideráveis de combustível e custos, sem mencionar uma redução substancial na pegada ambiental da aviação”, destaca Masoud Akbarzadeh.

Com informações de Tech Xplore.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.