Desde sua estreia em 20 de julho, “Barbie” tem sido um estrondoso sucesso de bilheteria. Um dos filmes mais aguardados do ano, a produção conta com a direção de Greta Gerwig e é estrelada por Margot Robbie e Ryan Gosling. O longa contou com uma intensa campanha publicitária, que apelou para a nostalgia, cores vibrantes e uma aura leve e divertida.

No entanto, diante de tanto hype, febre e comoção, talvez haja motivos para deixar para assistir “Barbie” em casa.

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Tela de cinema ou tela de TV?

Essa é uma dúvida que paira em torno de vários filmes ultimamente: vale a pena sair de casa para ir a uma sala de cinema, ou é melhor esperar para ver no streaming (lembrando que a janela de transição entre as salas de projeção está cada vez menor)?

Essa não é uma resposta simples e, claro, depende do seu grau de interesse pela obra em questão e também de algumas características mais tecnológicas. Se você tiver sido fisgado pela sensação que o filme provocou mundo afora, sem dúvidas, ir a um cinema pode ser a resposta – afinal há todo um “clima” envolvido nisso. Se você não tem um home theater decente à sua disposição, também vale a pena sair de casa para um passeio à sala de exibição.

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Agora, se você tem um bom equipamento em casa – especialmente um capaz de entregar as mais recentes tecnologias de imagem Dolby Vision e de áudio Dolby Atmos – e se a campanha de publicidade de Barbie em torno do longa não te “pegou”, talvez seja melhor esperar.

O filme não deve demorar a chegar ao streaming – aliás, já está em pré-venda na iTunes Store, da Apple, o que indica que o ciclo de chegada aos serviços já começou: logo depois da pré-venda de compra, vem a possibilidade de locação e, mais tarde, a inclusão no catálogo regular para assinantes.

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A estética do filme

Esse é um ponto que pode ser interpretado de diferentes maneiras. Barbie é um filme que mistura atores de carne e osso com cenários que remetem ao mundo de fantasia da boneca. São montagens que usam e abusam de elementos quase em “2D”, em que a profundidade de campo dá lugar a elementos super coloridos. Sem dúvida, um ótimo trabalho de recriação de “casa de boneca”, ou mundo de boneca, no caso. Justamente por isso, a distância entre ver Barbie numa tela de TV ou numa tela de cinema parece menor.

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Barbie e Ken andando de carro no filme da Barbie
(Imagem: Reprodução)

Não há grandes efeitos especiais (pelo menos não no sentido dos filmes de ficção científica ou da escola da Marvel). Assim, a necessidade de “mergulhar” na tela parece secundária. O que pode favorecer a escolha de assistir em casa. Uma ressalva, no entanto, é a questão do áudio. Com alguns bons números musicais, será uma pena se você não tiver uma boa reprodução de som em casa, e tiver optado por pular o frenesi das salas de cinema.

Reações exageradas: aplausos, muito barulho e até briga!

Esse ponto é mais uma consequência que um motivo para não ir ao cinema. Mas, pode ser um fator determinante na sua decisão. Há relatos de que, em várias sessões nas principais cidades brasileiras, algumas pessoas reagiram de maneira exagerada durante o filme, aplaudindo, gritando e comemorando a cada momento, o que pode prejudicar a experiência daqueles que buscam um ambiente normal para assistir ao filme.

Confira um de muitos relatos postados no Twitter:

Além de tudo, teve até um caso de agressão física dentro de uma sala de cinema em São Paulo:

Dessa forma, caso planeje assistir ao filme “Barbie” próximo à data de estreia, é provável que você se depare com um ambiente permeado por um fanatismo intenso e reações exageradas a cada cena. Essa atmosfera pode não ser ideal para os que preferem apreciar o filme de forma mais calma e concentrada.

Some-se a isso um problema que está se tornando crônico e afetando a qualidade das sessões de cinema em geral: a falta de etiqueta por parte dos espectadores. É comum ver pessoas usando seus celulares com a luz da tela alta, tirando fotos, filmando e navegando em redes sociais enquanto estão dentro das salas de exibição.

A forte campanha publicitária

Por meio de uma campanha publicitária intensa e teasers bem-sucedidos, que exploraram uma atmosfera leve e colorida, além de aproveitar a força da marca da boneca e a nostalgia que ela evoca, o filme “Barbie” conquistou uma enorme base de fãs mesmo antes de seu lançamento. 

O resultado foi um fenômeno comparável ao estilo dos filmes da Marvel, transformando sua exibição nos cinemas em um grande evento, atraindo multidões de entusiastas. A grande maioria das pessoas que compraram os ingressos para o filme foram vestidas de rosa em homenagem à boneca.

Se você se sente desconfortável com esse tipo de alvoroço e uma abordagem de marketing “insistente”, talvez você precise exercer a paciência e esperar pela chegada da obra ao streaming.

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Imagem: Warner Bros./Divulgação

Talvez não seja o filme que você espera, especialmente para crianças

Talvez o filme não corresponda às expectativas que você tem em mente. Embora a Barbie seja uma famosa boneca e a publicidade colorida dê a impressão de ser destinada ao público infantil, a classificação indicativa do filme é de 12 anos.

Além disso, a produção aborda temas atuais e relevantes na sociedade contemporânea, como a desigualdade de gênero e o feminismo, por exemplo. Portanto, é um filme que aborda muitas críticas sociais, provocando na audiência momentos de reflexão sobre os temas apresentados ao longo do enredo.

Em entrevista ao New York Times, a diretora Greta Gerwig explicou um pouco sobre sua ideia para o filme, que, nas suas próprias palavras, é para ser impactante e subversivo. De maneira geral, a intenção é transmitir que uma “simples” boneca de plástico não é apenas isso, mas um conceito muito mais amplo e vinculado a diversos temas sociais, corporativos e comportamentais.

Dessa forma, é importante ressaltar que mesmo que a classificação indicativa seja de 12 anos, uma criança dessa idade, muito provavelmente, pode sair perplexa da sessão, sem entender completamente os temas abordados, as referências que a diretora utiliza e as discussões que ela propõe.

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