A Deutsche Telekom, uma operadora de telefonia alemã, lançou uma campanha impactante este mês com uso de tecnologia deepfake, visando conscientizar os pais sobre os perigos de publicar fotos e vídeos de crianças nas redes sociais. A empresa utiliza uma história fictícia para ilustrar os possíveis resultados negativos dessa prática.

  • No vídeo da campanha, os pais da pequena Ella, de apenas 9 anos, foram surpreendidos ao assistir a um vídeo deepfake que a empresa criou a partir de imagens públicas da criança nas redes sociais.
  • Nessa simulação, Ella aparece como uma versão adulta de si mesma, pedindo que sua privacidade seja respeitada.
  • A empresa destaca que compartilhar imagens de crianças na internet pode expô-las a riscos sérios, uma vez que essas informações podem ser acessadas por pessoas mal-intencionadas em qualquer lugar do mundo.
  • O alerta recai sobre a possibilidade de manipulação dessas imagens, principalmente através da técnica conhecida como deepfake.

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Deepfake e riscos da exposição

O deepfake é uma aplicação de inteligência artificial que permite criar vídeos, fotos ou áudios alterados, inserindo o rosto e a voz de uma pessoa em diferentes contextos. Quanto mais material disponível sobre a criança, maior a eficácia do deepfake, tornando fotos e vídeos de crianças um alvo atrativo para manipuladores.

Os riscos associados a essa prática são alarmantes. As imagens manipuladas podem ser usadas para incriminar pessoas inocentes ou, até mesmo, para colocar seus rostos em conteúdos comprometedores, como fotos com conteúdo explícito.

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A campanha destaca a importância de proteger a privacidade das crianças e ressalta que compartilhar de forma descuidada essas informações pode levar a situações de perfilamento por coletores de dados, hacking, reconhecimento facial, pedofilia e outras ameaças à segurança e privacidade das crianças.

O vídeo da Deutsche Telekom

O vídeo acima começa com um alerta de que algumas pessoas podem achar o conteúdo perturbador. Na sequência, alguns dados são apresentados:

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  • Mais de 75% dos pais compartilham dados de seus filhos em mídias sociais.
  • 8 em cada 10 pais têm seguidores que nunca conheceram.

Na sequência, o vídeo apresenta um casal, os pais de uma menina de 9 anos chamada Ella. O vídeo explica que eles publicam sobre a vida da filha nas redes sociais com frequência. A operadora diz ter usado apenas uma foto e inteligência artificial para criar uma Ella adulta. Um vídeo dessa versão digital adulta da menina de 9 anos é exibido para eles.

A Ella adulta alerta sobre como as fotos postadas em redes sociais são dados que podem ser usados por qualquer pessoa. Entre elas, roubo de identidade, uso da voz para golpes, criação de memes que podem causar bullying contra a criança, ou até mesmo pedofilia.

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Por fim, a Ella digital pede que os pais protejam sua privacidade online.

Recomendações para uso de telas por crianças e adolescentes

deepfake
Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com
  • Quase 90% das crianças e adolescentes brasileiros estão conectados à internet, sendo 95% deles usando o celular como principal dispositivo, segundo a BBC News.
  • Especialistas alertam para o uso excessivo de aparelhos digitais em crianças, o que pode prejudicar seu desenvolvimento.
  • A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por bebês, enfatizando a importância do contato presencial com os pais/família.
  • Limite de tempo recomendado para contato com aparelhos digitais (via SBP):
    • Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames.
    • Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia.
    • Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia.
    • Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.
  • Especialistas recomendam atividades físicas, interações pessoais presenciais e jogos adequados para a idade da criança.

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