Esqueleto de 10 mil anos encontrado em São Paulo era indígena

Um exame de DNA revelou que Luzio, o esqueleto mais antigo já encontrado em São Paulo, tem origem ancestral indígena
Por Alisson Santos, editado por Ana Luiza Figueiredo 31/07/2023 20h41, atualizada em 01/08/2023 21h24
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um novo estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution revelou que Luzio, o esqueleto do humano mais antigo encontrado em São Paulo, era indígena — e descende da mesma origem ancestral que foi responsável pela distribuição populacional pela América há 16 mil anos, incluindo os tupis.

Essa pesquisa, que utilizou dados do maior conjunto de dados genômicos arqueológicos brasileiros, também auxilia na compreensão do desaparecimento das comunidades antigas do litoral, que construíram os sambaquis (espaços construídos com conchas de ossos de peixes para habitação e marcação territorial).

Leia mais:

“Depois das civilizações andinas, os sambaquis da costa atlântica brasileira são o fenômeno humano de maior densidade demográfica da América do Sul pré-colonial”, disse André Menezes Strauss, arqueólogo do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo (USP).

  • O projeto contou com a participação de pesquisadores do Senckenberg Centre for Human Evolution and Palaeoenvironment da Universidade de Tübingen (Alemanha) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
  • Ele foi baseado na extração do genoma de 34 amostras de quatro regiões diferentes da costa leste do Brasil, com até 10 mil anos de idade.
  • Além dos sambaquis, os estudos também analisaram outros fósseis dos sítios Cabeçuda, Capelinha, Cubatão, Limão, Jabuticabeira II, Palmeiras Xingu, Pedra do Alexandre e Vau Una.

Como parte fundamental da pesquisa, Luzio foi encontrado pela equipe de Levy Figuti, professor do MAE-USP, no sambaqui ribeirinho Capelinha, que fica localizado no Vale do Rio Ribeira de Iguape.

A genética mostra que Luzio é um ameríndio, assim como um tupi, um quéchua ou um cherokee […] Isso não quer dizer que sejam iguais, mas que, em uma perspectiva global, todos derivam de uma única leva migratória, que chegou à América há não mais de 16 mil anos e, se houve uma outra população por aqui 30 mil anos atrás, ela não deixou descendentes entre esses grupos.

André Menezes Strauss

Com informações de ECOA

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.