Nesta quarta-feira (2), cientistas anunciaram que o Telescópio Espacial James Webb ofereceu nova perspectiva sobre aglomerado de galáxias chamada “El Gordo”, localizada a cerca de 9,7 bilhões de anos-luz da Terra.

Com sua capacidade de ver no infravermelho, o James Webb revelou detalhes jamais vistos, como estrelas gigantes vermelhas e outras maravilhas do Espaço.

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Segundo o Space.com, uma das descobertas mais impressionantes foi uma galáxia chamada El Anzuelo, vista como arco vermelho brilhante na imagem, localizada a 10,6 bilhões de anos-luz de distância.

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Fomos capazes de dissecar cuidadosamente o manto de poeira que envolve o centro da galáxia, onde as estrelas estão se formando ativamente. Com o Webb, podemos espiar através desta espessa cortina de poeira com facilidade, permitindo-nos ver em primeira mão a montagem de galáxias de dentro para fora.

Patrick Kamieneski, da Arizona State University e principal autor de um dos vários artigos sobre essas observações do Webb, em comunicado

Versão em tamanho real da nova imagem do El Gordo feita pelo James Webb (Imagem: NASA/ESA/CSA)
  • Essa imagem nos mostra a galáxia como ela era há 10,6 bilhões de anos. Isso ocorre porque a luz que vemos agora viajou durante todo esse tempo até chegar ao James Webb;
  • O telescópio também permitiu aos cientistas penetrar em denso véu de poeira que envolve o centro da galáxia e ver de perto a formação de estrelas.

A descoberta mais importante feita pelo James Webb é a capacidade de capturar o fenômeno chamado lente gravitacional. De acordo com a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, massas, como buracos negros ou estrelas, podem distorcer o espaço e o tempo ao seu redor.

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Isso, por sua vez, influencia como a luz se move pelo universo. Em áreas extremamente distorcidas, como esse aglomerado de galáxias, a luz pode ser ampliada, permitindo que os cientistas a estudem em detalhes.

Graças à lente gravitacional, podemos ver a galáxia El Anzuelo, mesmo estando tão longe. A imagem também revelou que a galáxia é plana, com diâmetro de cerca de 26 mil anos-luz.

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As lentes gravitacionais foram previstas por Albert Einstein há mais de 100 anos. No aglomerado de El Gordo, vemos o poder das lentes gravitacionais em ação. As imagens PEARLS de El Gordo são lindas de outro mundo. E elas nos mostraram como o Webb pode destrancar o baú do tesouro de Einstein.

Rogier Windhorst, da Arizona State University e investigador principal do programa PEARLS, em comunicado

Além disso, a imagem capturada pelo Webb mostra como as ondas de luz emitidas por objetos distantes são esticadas devido à expansão do Universo. Isso resulta em deslocamento para o vermelho, observado na cor da galáxia El Anzuelo.

Análise da nova imagem. “The Thin One” é visto no diagrama A e “The Fish Hook” está no diagrama B (Imagem: NASA/ESA/CSA)

A lente gravitacional também revelou outros detalhes interessantes, como estrela gigante vermelha chamada Quyllur, que marca a primeira vez que uma estrela gigante vermelha individual a mais de um bilhão de anos-luz da Terra é observada pelo telescópio.

O telescópio também detectou cinco galáxias distorcidas que fazem parte de grupo chamado aglomerado de bebê, a cerca de 12,1 bilhões de anos-luz de distância, possivelmente composto por 17 membros.

Além disso, foram observadas algumas galáxias ultra-difusas a cerca de 7,2 bilhões de anos-luz de distância, semelhantes às galáxias normais, mas com estrelas mais espalhadas.

Essas descobertas mostram o incrível potencial do James Webb para explorar o universo distante e fornecer informações valiosas sobre a formação de galáxias e a evolução do Universo. Este é apenas o começo de nova era na observação espacial.

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