Esta semana, pelo menos seis estados brasileiros testemunharam a passagem de um meteoro do tipo bólido, que deixou um rastro luminoso no céu. Isso aconteceu na terça-feira (1º), por volta das 22h50 (pelo horário de Brasília), de acordo com a agência Clima ao Vivo e a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON).

Câmeras de monitoramento em cidades de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul capturaram o evento.

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Locais onde o meteoro foi registrado:

  • Minas Gerais: Itajubá, Divinópolis, Oliveira, Itamonte, São Francisco de Paula;
  • São Paulo: Olímpia, Araçoiaba da Serra, Atibaia, Sorocaba, Campos do Jordão, São Paulo, Nhandeara, Piracicaba e São José dos Campos;
  • Paraná: Telêmaco Borba, Guarapuava, Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa;
  • Santa Catarina: Monte Castelo;
  • Goiás: Goiânia;
  • Mato Grosso do Sul: Bonito.

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De acordo com o astrônomo amador Marcelo Domingues, membro da BRAMON e diretor editorial do Clube de Astronomia de Brasília (CAsB), o objeto que provocou o meteoro surgiu sobre o município de Pompeia (SP) a uma altitude de cerca de 99km e desapareceu sobre Bento de Abreu (SP) a aproximadamente 36 km de altitude, com uma velocidade média de 31 km/s, e seu trajeto durou em torno de quatro segundos.

Segundo Domingues, não é possível determinar o tamanho da rocha. “O tamanho demanda uma análise mais complicada, mas imagino que não foi maior que uma bola de tênis, e certamente se desintegrou completamente”. Ou seja, não caíram vestígios (meteoritos) no solo.

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Trajeto do bólido, segundo as análises feitas pela BRAMON. Crédito: BRAMON/Google Maps

O que é um meteoro bólido?

Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).

No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro. 

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“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da  BRAMON e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil. “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.

A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final. 

De qualquer forma, eles são inofensivos. Na maioria das vezes, o meteoroide que originou o fenômeno é completamente vaporizado durante sua passagem pela atmosfera. Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos.

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