Recorrentemente vemos notícias de asteroides que representam uma ameaça em potencial — mesmo que mínima — para a Terra. Provavelmente, o principal fator que causa esse temor por eles vem pelo fato de que há cerca de 65 milhões de anos, o impacto de um grande asteroide causou a extinção dos dinossauros.

Além desse contexto, quais são os riscos causados por esses pedaços de rocha? Qual a quantidade de asteroides que atingem ou passam próximos da Terra por ano? E os asteroides imensos, quanto tempo levará para eles atingiram nosso planeta?

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Em artigo publicado na The Conversation, o professor de Radioastronomia da Curtin University, Steven Tingay, respondeu essas perguntas.

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Quais os riscos dos asteroides?

Tingay, explica que a Terra recebe colisões frequentemente de asteroides menores, que costumam causar um dano inferior que as rochas maiores. Por serem mais fracos, assim que eles atingem a atmosfera, já se desintegram, sem sequer atingir a superfície terrestre.

Na imagem abaixo divulgada pela NASA, são detalhadas as estatísticas do tamanho de asteroides que atingem a Terra e seu impacto.

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Asteroides
(Imagem: Divulgação/ NASA)

Os asteroides menores, de até 4 metros, são muito mais frequentes em relação aos demais, com uma frequência de pelo menos um por ano que se aproxima do planeta. O efeito causado por esses asteroides quando atingem a atmosfera é a formação de uma “bola de fogo”.

As estimativas também mostram que um asteroide de 25 metros pode atingir a Terra a cada 100 anos; de 140 metros a cada 26 mil anos; de 1.000 metros (1 km) a cada 500.000 anos; e de 10.000 metros (10 km) chega a cada 100 a 200 milhões de anos.

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Impacto dos asteroides por tamanho

  • O impacto dos asteroides de 4 cm, caso ultrapasse a atmosfera e atinja o solo, resultará na formação de um meteorito, sem demais prejuízos;
  • Asteroides de 25 metros podem causar “ferimentos generalizados” caso caia em uma área povoada;
  • Asteroides de 140 metros podem causar uma cratera de 1 a 2 quilômetros de diâmetro, sendo fatal em áreas metropolitanas e estados, fazendo vítimas em massa;
  • Asteroides de 1.000 metros pode resultar em crateras de até 10 km, causando a devastação global e o colapso da civilização;
  • Asteroides de 10.000 criam uma cratera de até 100 km, causando a devastação global e a extinção de todas as formas de vida terrestres.

Como ressalta Tingay, a maioria dos asteroides divulgados tem uma distância muito acima dos milhares de quilômetros de distância da superfície da Terra e lembra que os astrônomos consideram qualquer coisa que passe mais perto do que a Lua (cerca de 300.000 km)como uma “abordagem próxima”.

O maior asteroide com potencial de ameaçar a civilização (com mais de um quilômetro de diâmetro) passará “próximo” da Terra acontecerá em 2029, quando o asteroide 153814 (2001WN5) passará a 248.700 km da superfície terrestre.

No artigo, o professor relata que atualmente já foram descobertos cerca de 95% dos asteroides com um tamanho superior a um quilômetro – e claro, os cientistas continuam procurando por esses 5% restantes.

Para calcular as ameaças dos asteroides, os astrônomos utilizam a escala de Torino, que categoriza as ameaças previstas até 100 anos no futuro, em uma escala de 0 (não representa perigo) até 10 (pode causar uma catástrofe global).

Mas podemos ficar tranquilos em relação aos asteroides, isso porque, conforme relata o professor, nenhum objeto conhecido teve uma classificação acima de quatro – que significa um encontro próximo da Terra com chances de 1% ou mais de um colapso capaz de destruir alguma região.

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