Astrônomos descobriram um sistema binário no qual tsunamis três vezes mais altos que o Sol nascem e caem na superfície de uma estrela gigante provocados pelos movimentos de sua companheira menor.

Denominado MACHO 80.7443.1718, o sistema estelar em questão pertence a um grupo conhecido como estrelas de “batimento cardíaco“, em razão de sua tendência a pulsar em um ritmo constante. No entanto, no caso desta, seu brilho oscila cerca de 20% a cada “batida” – 200 vezes mais do que a maioria. Como tal, foi apelidado de “estrela de coração partido”.

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Em um artigo publicado na última semana na revista Nature Astronomy, cientistas do Centro de Astrofísica Smithsonian, ligado à Universidade de Harvard, nos EUA, explicam por que esse sistema pulsa tão descontroladamente. Para entender, a equipe criou um modelo computacional para cada uma das duas estrelas que o compõem e simulou suas interações enquanto orbitam uma à outra.

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Segundo o estudo, a estrela primária é enorme, sendo 24 vezes maior que o Sol e 35 vezes mais massiva. À medida que a estrela menor se aproxima, a cada 33 dias ou mais, sua atração gravitacional lança material na companheira maior em ondas que incham e aumentam, antes de finalmente quebrar como ondas em uma praia. 

Essas ondas podem chegar a cerca de 4,3 milhões de km de altura, o que corresponde a quase três sóis empilhados um sobre o outro – caracterizando verdadeiros tsunamis!

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“Cada queda dos maremotos da estrela libera energia suficiente para desintegrar todo o nosso planeta várias centenas de vezes”, diz Morgan MacLeod, coautor do estudo, em um comunicado. “São ondas muito grandes”.

Além disso, essa dança gravitacional mensal “estica” a estrela maior, enquanto lança o material estelar para uma atmosfera giratória. Esses fatores são o que criam as mudanças drásticas no brilho visto da Terra, segundo MacLeod.

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MACHO 80.7443.1718 é um dos cerca de 20 sistemas estelares de batimentos cardíacos conhecidos que mostram flutuações de brilho anormalmente grandes. “Esta estrela de coração partido pode ser apenas a primeira de uma classe crescente de objetos astronômicos”, disse o líder da pesquisa. “Já estamos planejando uma busca por mais delas, procurando as atmosferas brilhantes lançadas por suas ondas quebrando”.

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