O Trappist-1 é o sistema estelar com maior número de planetas com dimensões semelhantes às da Terra já encontrados. São sete no total e pelo menos três deles estão na zona habitável de sua estrela, mas algumas de suas características fizeram com que durante muito tempo cientistas pensassem que existiam poucas chances deles abrigarem vida. No entanto, uma nova pesquisa agora pode mudar um pouco as coisas.

O motivo de durante muito tempo pensarem que esses exoplanetas não podiam abrigar vida é que nem sempre as temperaturas em suas superfícies foram ideais para a existência de água líquida. Isso porque a estrela Trappist-1 é uma estrela anã vermelha que já foi muito mais quente há milhões de anos.

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Os cientistas acreditam que as atmosferas de planetas oceânicos ricos em água se formam a partir da evaporação das partículas da substância contidas no exoplaneta desde sua formação, isso devido a intensa atividade vulcânica nos primeiros anos do planeta. Quando as temperaturas baixam, a água eventualmente se condensa e forma oceanos.

No entanto, se isso demorasse muito para acontecer, os poderosos ventos solares expelidos pelas anãs vermelhas destruiriam essas atmosferas, e toda água presente nelas iria acabar indo parar no espaço.

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Planetas quentes, mas nem tanto

Agora, o novo estudo publicado na revista Nature modelou um cenário onde esses planetas não ficaram tão quentes, indo além do modelo puramente convectivo anterior, considerando também a radiação. Nesta nova proposta, as altas temperaturas teriam atingido esses corpos celestes durante seus primeiros anos de existência, onde a vida não poderia ter surgido, mas o calor não seria suficiente para evaporar toda a água.

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Quando os planetas esfriaram, o restante da água foi eventualmente expelida pelos vulcões e ficou na atmosfera para condensar e cair como chuva, criando oceanos e podendo abrigar vida no futuro.

Essa nova pesquisa pode ter um grande impacto nos planetas que buscaremos vida. Cerca de três quartos das estrelas presentes na Via Láctea são frias como a Trappist-1. Assim essa nova modelagem também pode ser aplicada a elas e os planetas que as orbitam.

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