O apagão que atingiu diversas regiões no Brasil na terça-feira (15) rolou por conta de um software de proteção chamado ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga). O programa desligou o sistema por conta de uma alteração brusca de carga.

Para quem tem pressa:

  • O apagão que atingiu diversas regiões no Brasil na terça-feira (15) rolou por conta de um software de proteção chamado ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga);
  • O programa desativou uma parte do sistema elétrico quando se tentava transferir uma alta carga de energia do Nordeste para o Norte do Brasil;
  • Havia mais energia eólica e solar entrando na linha de transmissão do Ceará do que hidrelétrica e termelétrica;
  • Por conta do risco de sobrecarga, o ERAC desativou parte do sistema;
  • No entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o apagão talvez tenha sido causado por outro “evento”;
  • Silveira pediu ao governo para que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investiguem se houve ação humana no apagão.

Pelo menos, essa é a explicação que técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão prestando a executivos da Agência e de empresas de energia, segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

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Apagão: o que rolou

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(Imagem: Shutterstock)

O que os técnicos sabem é que o ERAC desativou uma parte do sistema elétrico na manhã de terça quando se tentava transferir uma alta carga de energia do Nordeste para o Norte do Brasil.

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Nesse momento, havia mais energia eólica e solar entrando na linha de transmissão do Ceará do que hidrelétrica e termelétrica, segundo três fontes envolvidas na gestão da crise ouvidas pela equipe da coluna do jornal.

A frequência na rede caiu de 60 Hertz para 59 Hertz e depois para 58 Hz. Isso indica que tinha mais carga do que a rede conseguia suportar. Por conta do risco de sobrecarga, o ERAC desativou parte do sistema.

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No entanto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o apagão talvez tenha sido causado por outro “evento” em local ainda não detectado pelas autoridades, de acordo com o g1.

Em coletiva de imprensa, o ministro disse:

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Um dos eventos já apontados pelo ONS aconteceu no Norte do Nordeste, mais precisamente na região do Ceará. O outro evento possível ainda não está detectado pelo ONS.

Esse provável segundo evento pode ter sido na região da reserva do Xingu, de acordo com Silveira. O ministro também informou que pediu ao governo para que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investiguem se houve ação humana no apagão.

A exceção: Roraima

O apagão atingiu praticamente todo o Brasil. Mas um estado não ficou sem luz: Roraima. Isso porque o estado é o único que não faz parte do Sistema Interligado Nacional de energia.

A energia em Roraima é fornecida por termelétricas locais operadas pela empresa Roraima Energia. No entanto, funcionar fora do sistema nacional de energia costuma ser prejudicial especialmente para a população local, que sofre com frequentes registros de queda de energia.

Durante mais de 18 anos, a energia de Roraima foi fornecida pela Venezuela. Mas em 2019, o país vizinho parou de enviar energia para o Brasil. Desde então, o fornecimento fica por conta da empresa Roraima Energia.

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