YouTube pode definir regras para IA junto com gravadora de Anitta

YouTube pretende criar normas para publicações de conteúdos com IA junto com a Universal Music, a gravadora de Anitta
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 21/08/2023 16h54
Imagem mostrando usuário abrindo o aplicativo do Youtube
(Imagem: Pexels)
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É impossível impedir os efeitos da popularização da inteligência artificial e o que isso significa para as empresas: elas devem incorporá-las de uma forma ou outra, ou ficarão para trás. No entanto, isso deve ser feito com cuidado e regras claras. É o que o YouTube está fazendo. Em um post de blog nesta segunda-feira (21), a plataforma de vídeos revelou sua intenção de estabelecer normas para os conteúdos feitos por IA juntamente com gravadoras musicais, delimitando, inclusive, como funcionará a questão dos direitos autorais e monetização.

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YouTube + IA

Neal Mohan, CEO do YouTube, escreveu no blog da rede que a plataforma está investindo em atualizar suas políticas com novas regras sobre os conteúdos gerados artificialmente. Isso vale na hora de publicá-los (em relação ao que será permitido ou não) e, também, depois da postagem (em relação aos direitos autorais e à monetização para empresas e criadores de conteúdo).

No entanto, Mohan reconheceu que as IAs têm potencial para o bem a para o mal.

Os sistemas generativos de IA podem ampliar os desafios atuais, como abuso de marcas registradas e direitos autorais, desinformação, spam e muito mais. Mas a IA também pode ser usada para identificar esse tipo de conteúdo, e continuaremos a investir na tecnologia baseada em IA que nos ajuda a proteger nossa comunidade de espectadores, criadores, artistas e compositores.

Neal Mohan
Podcasts estão chegando ao YouTube Music
YouTube passará por mudanças com regras de IA; elas ainda não foram definidas (Foto: Shutterstock)

Regras

No post, o YouTube definiu três princípios que vão nortear a formulação das regras. Eles são:

  • #1: A IA está aqui e vamos abraçá-la responsavelmente e em conjunto com nossos parceiros da indústria musical.
  • #2: A IA está inaugurando uma nova era de expressão criativa, mas deve incluir proteções apropriadas e abrir oportunidades para parceiros musicais que decidirem participar.
  • #3: Construímos uma organização de confiança e segurança líder do setor e políticas de conteúdo. Vamos dimensioná-los para enfrentar os desafios da IA.

No entanto, a plataforma ainda não anunciou quais serão os investimentos e as regras especificamente.

Parceria com gravadoras

Ainda segundo a publicação, um dos planos do YouTube para regular a IA na plataforma é se juntar à Universal Music Group (UMG), que agencia artistas como Annita, o vocalista do grupo OneRepublic, Ryan Tedder, além da obra de Frank Sinatra.

Juntas, as empresas vão criar uma incubadora musical: um grupo de musicistas que ajudará a coletar e fornecer insights sobre a arte que vem sendo gerada por IA.

Em uma outra declaração no blog do YouTube, o CEO da UMG, Lucian Grainge, afirmou que a intenção é “construir um ecossistema seguro, responsável e lucrativo de música e vídeo, onde artistas e compositores tenham a capacidade de manter sua integridade criativa, seu poder de escolha e serem compensados ​​​​de forma justa”.

Contexto

O anúncio da plataforma de vídeos veio depois de outras questões envolvendo IA e direitos autorais.

Primeiro, a canção “Heart On My Sleeve”, gerada artificialmente com vocais que aparentam ser de Drake e The Weeknd, viralizou no TikTok e foi parar no YouTube. No entanto, a UMG declarou que a música feria direitos autorais de Drake e foi retirada da plataforma.

Depois, um tribunal de Washington, nos EUA, definiu que a arte criada por IA não poderia se qualificar a direitos autorais, levantando um debate do que seria ou não regulável.

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.