A fabricante de armas Biofire anunciou o desenvolvimento de um modelo de arma inteligente que promete evitar disparos acidentais. As pistolas só podem ser utilizadas pelo próprio dono ou por pessoas autorizadas por ele. O primeiro lote começará a ser vendido no início de 2024 nos Estados Unidos.

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Como funciona essa arma inteligente?

  • Segundo a Biofire, a pistola 9 mm só pode ser destravada depois que a identidade do usuário é confirmada.
  • Existem duas formas para isso.
  • A primeira é por reconhecimento facial, feito através de um sensor infravermelho que fica na parte de trás da arma.
  • Já a segunda é por impressão digital, analisada por um leitor no cabo da pistola.
  • A empresa garante que os sistemas conseguem identificar a pessoa mesmo se ela estiver usando luvas ou máscara.
  • O atirador pode autorizar outras pessoas a usar a arma ao conectá-la ao Smart Dock, dispositivo por meio do qual biometria é cadastrada. 
  • Em caso de tentativa de uso por uma pessoa não autorizada, a pistola é bloqueada automaticamente.
Pistola conta com sistema que só destrava a arma depois de identificar o usuário (Imagem: divulgação/Biofire)

Sistema de segurança não pode ser contornado

  • Apesar dos avanços tecnológicos, há preocupações com possíveis brechas de segurança de armas inteligentes.
  • Em 2017, por exemplo, um hacker usou imãs para provar que era possível impedir o travamento da arma inteligente IP1, da Armatix.
  • A Biofire alega que a pistola desenvolvida não se conecta à internet e que, por isso, não pode ser controlada remotamente.
  • O primeiro lote foi esgotado rapidamente e as armas foram vendidas por US$ 1.899 cada, cerca de R$ 9.400.
  • Já as pistolas do segundo lote custarão US$ 1.499, o equivalente a R$ 7.400.

Tecnologia pode reduzir casos de violência

  • A tecnologia envolvida em armas inteligentes é uma grande aliada para reduzir os disparos acidentais e roubos de armas.
  • Apesar disso, o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, afirma que não deve ser vista como solução definitiva para o problema da violência.
  • “Esse tipo de produto tem um potencial muito grande, especialmente para usuários domésticos com crianças ou adolescentes em casa, para reduzir o risco do acesso não autorizado”, disse ele ao G1.
  • Dados do Ministério da Saúde compilados pelo Instituto Sou da Paz apontam que houve 1.376 mortes por acidentes com armas de fogo no Brasil entre 2017 e 2021.
  • No mesmo período, outras 16.047 pessoas foram hospitalizadas.
  • “O que essa tecnologia não responde é a violência praticada pelo proprietário da arma. A gente sabe que, infelizmente, muita gente compra dizendo que é para se defender, mas, no momento em que perde a cabeça, usa essa arma para cometer uma tragédia”, destaca Bruno Langeani.

É preciso criar uma legislação específica para essas armas

  • Um dos desafios para o uso de armas inteligentes ainda é a legislação.
  • Nos Estados Unidos, governos discutem regras específicas sobre esses armamentos.
  • Em Nova Jersey, por exemplo, lojas são obrigadas a vender este tipo de armas se houver uma solicitação das fabricantes.
  • A própria Biofire diz ser contra essa regra e promete não pedir para que ela seja vendida em todas as lojas do estado.
  • “Estamos orgulhosos da smart gun que desenvolvemos e acreditamos que será uma parte importante da estratégia de defesa doméstica de muitas famílias, mas entendemos que todos devem ter o direito de escolher a arma de fogo que atenda às suas necessidades”, diz a fabricante.

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