James Webb sofre falha em instrumento, mas segue operante

Mesmo com uma anomalia detectada em um instrumento importante, o Telescópio Espacial James Webb continua operando normalmente
Por Flavia Correia, editado por Lucas Soares 28/08/2023 10h54, atualizada em 28/08/2023 11h29
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Representação artística do Telescópio Espacial James Webb no espaço. Crédito: Dima Zel - Shutterstock
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Este é um daqueles casos clássicos em que há boas e más notícias. E o personagem central desse cenário paradoxal é o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA.

Primeiro, vamos à má notícia: o Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do observatório sofreu uma anomalia. A boa notícia é que o Webb ainda está feliz, saudável e permanece capaz de continuar decifrando o Universo invisível para nós.

Na imagem, vê-se o MIRI antes de ser instalado no telescópio, passando por testes dentro da câmara de teste do espaço térmico no Rutherford Appleton Laboratory Space, do Conselho de Instalações de Ciência e Tecnologia em Oxfordshire, Reino Unido. Crédito: Rutherford Appleton Laboratory

Entenda o que aconteceu com o MIRI do James Webb

Basicamente, em abril, a equipe do JWST anunciou que um dos quatro modos de observação do MIRI apresentava uma redução na quantidade de luz registrada pelo instrumento (conforme noticiado pelo Olhar Digital na época do fato). Após conduzir uma investigação sobre o problema, a NASA disse que essa mudança não oferece risco para as capacidades científicas do MIRI.

No entanto, essa anomalia pode ter um impacto na quantidade de tempo de exposição necessária quando o instrumento muda para o modo específico que foi afetado, chamado Espectroscopia de Média Resolução (MRS).

Esse modo é calibrado para obter dados infravermelhos provenientes de regiões distantes do cosmos associados a comprimentos de onda entre 5 e 28,5 mícrons. Segundo a NASA, é onde as emissões de moléculas e poeira são normalmente encontradas, tornando o MRS perfeito para detectar coisas como discos formadores de planetas. Mas, como a agência explica no comunicado, o sinal reduzido é específico para imagens MIRI nos comprimentos de onda mais longos.

Outro dos modos do instrumento, chamado Espectrografia de Baixa Resolução, especializado em comprimentos de onda entre 5 e 12 mícrons (normalmente conectados a superfícies de objetos como planetas), está operando normalmente, segundo a equipe. 

Um quarto modo, chamado Imagem Coronagráfica, está atualmente sob investigação. Essa configuração é programada para detectar diretamente exoplanetas e discos de poeira ao redor de estrelas hospedeiras por meio de um mecanismo conhecido como coronagrafia, que se baseia no bloqueio da luz de uma fonte para coletar dados sobre as fontes circundantes.

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A equipe do JWST também confirmou que o observatório, no geral, está em “boa saúde” e que “cada um dos outros instrumentos científicos do Webb permanece inalterado”. Esses instrumentos são a Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam), o Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRSpec), o Imageador de Infravermelho Próximo e Espectrógrafo Sem Fenda (NIRISS) e o Sensor de Orientação Fina (FGS).

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.