Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Índia alcançou um marco significativo na última quarta-feira (23) ao conseguir pousar com êxito a missão Chandrayaan-3 no polo sul da Lua. Esse triunfo ocorreu poucos dias depois que a Rússia sofreu um fracasso dramático com a espaçonave Luna-25, que colidiu com a superfície lunar no domingo (20) e foi declarada perdida.

Os exemplos mencionados ressaltam a dificuldade e risco constantes do voo espacial, especialmente nas missões para a Lua. Embora o primeiro pouso suave na superfície lunar tenha ocorrido há quase 60 anos, até hoje apenas quatro países – a própria Rússia (quando era União Soviética), os EUA, a China e agora Índia – conquistaram tal feito. Outras nações também realizaram missões de sucesso na órbita da Lua, mas sem tocar no solo.

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De um lado, a missão Chandrayaan-3, da Índia, que fez um pouso bem-sucedido na Lua. Do outro, a sonda Luna-25, da Rússia, que colidiu com o astro em uma tentativa frustrada de pouso. (Imagens de representações artísticas das espaçonaves). Créditos: ISRO/Mechanik-Shutterstock

De acordo com Gail Iles, Ph.D em Física da Matéria Condensada e professora sênior de Física do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, fatores como dificuldades tecnológicas, falta de experiência e até mesmo problemas políticos têm contribuído para que, historicamente, quase metade das expedições à Lua não tenham alcançado êxito – conforme apurado em reportagem do site Business Insider.

Como efeito de crises políticas, ela coloca a missão Luna-25 num contexto de exemplo. “Não sabemos exatamente o que aconteceu – mas a situação atual na Rússia, onde os recursos estão refreados e as tensões são altas devido à guerra em curso na Ucrânia, pode muito bem ter sido um fator”.

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Missões espaciais para além da Lua também têm baixas taxas de sucesso

Tendo o voo espacial humano como um dos temas de interesse de pesquisa, a cientista escreveu um artigo para o site The Conversation, publicado na última sexta-feira (25), no qual discorre sobre essas dificuldades.

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Segundo Iles, as missões espaciais, em geral, são arriscadas, com uma taxa de sucesso um tanto instável. Enquanto as tripuladas têm uma taxa de sucesso muito mais alta, as não tripuladas apresentam uma taxa variável conforme o objetivo e complexidade.

A pesquisadora acredita que, para alcançar uma verdadeira civilização espacial, questões como proteção contra radiação, sistemas autossustentáveis, robótica avançada e fabricação em gravidade zero precisam ser superadas.

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“O progresso será pouco a pouco”, diz Iles. “Engenheiros e entusiastas espaciais continuarão colocando sua capacidade intelectual, tempo e energia em missões espaciais, e elas gradualmente se tornarão mais confiáveis”.

E ela vislumbra um futuro promissor nesse sentido. “Talvez um dia vejamos um momento em que dar uma volta em sua espaçonave seja tão seguro quanto entrar em seu carro”.

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