O Ministério da Saúde revelou que entre janeiro e outubro de 2022, o Brasil registrou o aumento de 57,6% no número de cesáreas realizadas — contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde que orienta a ter somente 15% de partos não naturais.

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A cesárea pode representar uma opção mais segura, quando indicada clinicamente. Optar por esse procedimento sem indicação aumenta os riscos de morte, destaca o Jornal da USP. O aumento desse procedimento — muitas vezes por opção — no setor privado preocupa as entidades de saúde.

Esses dados apontam um aumento na morbimortalidade materna e perinatal e representam uma grave distorção na assistência à saúde, com desperdício de dinheiro público e privado, com intervenções cirúrgicas desnecessárias, em patamares muito acima do aceitável, expondo a mulher e criança a riscos como infecções, hemorragias, prematuridade, aumentando a mortalidade materna e perinatal.

Marlise de Oliveira Pimentel Lima, docente do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP
  • No sistema privado, cerca de 86% dos partos são cesáreas;
  • Entre os três milhões de partos que acontecem anualmente no Brasil, mais de 1,6 milhão são não naturais;
  • No Sistema Único de Saúde (SUS), esse procedimento ocorre em 44,2% dos partos.

Marlise também destaca que a decisão do método deve estar de acordo com as condições clínicas e obstétricas da mulher e do feto, e sempre respeitar a decisão da gestante. “A princípio, todo parto deveria ser normal, e a cesárea seria opção nos casos em que há uma indicação clínica relevante reconhecida pelas melhores práticas como estabelecida nas evidências científicas”, complementa.

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