Antes de lançar sua nova oferta para adquirir a Activision Blizzard, a Microsoft “realmente tentou” levar em consideração as preocupações dos reguladores do Reino Unido. Agora, cabe aos reguladores decidir se o caminho para a aquisição está livre. É o que disse Brad Smith, presidente da empresa de Bill Gates, em entrevista à CNBC nesta segunda-feira (28).

Para quem tem pressa:

  • Brad Smith, presidente da Microsoft, disse à CNBC que a empresa “realmente tentou levar as preocupações a sério” antes de apresentar sua nova proposta de aquisição da Activision Blizzard no começo de agosto;
  • Os reguladores do Reino Unido rejeitaram a oferta inicial de US$ 69 bilhões (R$ 336 bilhões) da Microsoft;
  • A rejeição veio porque o acordo levantou preocupações anticompetitivas no mercado de jogos em nuvem;
  • “Caberá aos reguladores decidir se esse caminho está livre”, disse Smith.

Eu acredito que precisamos deixar os reguladores falarem por si próprios. Eles têm decisões a serem tomadas, especialmente no Reino Unido, mas do meu ponto de vista, o que realmente tentamos fazer é levar essas preocupações a sério.

Brad Smith, presidente da Microsoft, em entrevista à CNBC

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A oferta inicial da gigante de tecnologia para adquirir a editora de jogos estadunidense foi rejeitada pelos reguladores britânicos em abril devido a preocupações com práticas anticompetitivas no setor de jogos em nuvem.

Em resposta, a Microsoft e a Activision reestruturaram seu acordo e submeteram uma nova proposta à Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês).

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A CMA agora conduzirá uma investigação sobre o acordo revisado, com prazo para decisão estabelecido para 18 de outubro. Essa nova tentativa ocorre após os esforços dos reguladores dos EUA para bloquear a aquisição por meio de uma batalha legal terem sido mal sucedidos, permitindo que o acordo prossiga por lá.

Novela da Microsoft e Activision

Microsoft e Activision
(Imagem: FellowNeko/Shutterstock)

A principal preocupação dos reguladores é o impacto potencial na concorrência no mercado de jogos. Há preocupações de que a Microsoft possa restringir o acesso a jogos populares da Activision, como Call of Duty, tornando-os exclusivos para o Xbox e outras plataformas da Microsoft.

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Isso poderia afetar tanto os jogadores de console quanto os de PC. Para abordar essas preocupações, a Microsoft ofereceu soluções, incluindo a concessão de licenças isentas de royalties para plataformas de jogos em nuvem para transmitir jogos da Activision, sujeitas a certas condições.

Não tentamos ignorá-las [as preocupações dos reguladores]. Não tentamos minimizá-las. Não tentamos desconsiderá-las. Trabalhamos para abordá-las e, ao fazê-lo, elaboramos uma transação que promoverá a concorrência, ao mesmo tempo que elimina as preocupações no lado anticompetitivo que algumas pessoas tinham. Acho que caberá aos reguladores, especialmente agora no Reino Unido, decidir se esse caminho está livre.

Brad Smith, presidente da Microsoft

A União Europeia aprovou a aquisição em maio, depois que a Microsoft forneceu garantias para amenizar as preocupações com a concorrência. No entanto, os reguladores do Reino Unido impuseram condições específicas ao novo acordo.

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A Microsoft não adquirirá os direitos de nuvem para os jogos de PC e console da Activision existentes, nem para novos jogos lançados pela Activision nos próximos 15 anos. Em vez disso, a editora de jogos francesa Ubisoft obterá esses direitos antes que a aquisição da Activision pela Microsoft ocorra.

A decisão sobre a proposta revisada está nas mãos da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido. Esse processo regulatório faz parte do esforço da Microsoft para expandir sua presença na indústria de jogos e fortalecer sua posição no mercado de jogos em nuvem.

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