O número de veículos emplacados em agosto permaneceu estável em relação a julho deste ano, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE). O único setor que apresentou queda foi o dos automóveis, com o fim do programa carro popular do Governo Federal. Por outro lado, houve uma alta no emplacamento de motocicletas. O cenário de estabilidade pode refletir a menor procura por novos modelos devido ao baixo poder de compra e ofertas de crédito.
Leia mais:
- Brasil tem nova legislação para motos elétricas; veja detalhes
- Quais foram os veículos mais vendidos no 1º semestre de 2023? Confira a lista
- O que é preciso para ter um drone?
Números de emplacamento
- De acordo com a FENABRAVE, apesar dos recursos do programa do carro popular terem se esgotado em julho, a estabilidade pode ter a ver com o emplacamento tardio de alguns modelos, apenas em agosto.
- Mesmo assim, dados mostram que os números relativos a automóveis caíram quase 9% em relação ao mês anterior.
- No entanto, o número de eletrificados emplacados em agosto cresceu cerca de 25,3% em relação a julho, somando 27.851 veículos no ano.
- As motocicletas também tiveram alta: quase 16% em relação a julho.
Motivos para estabilidade, queda de automóveis e crescimento de motos
Segundo Andreta Jr., presidente da FENABRAVE, o motivo para a queda no número de emplacamento de automóveis se dá pela baixa oferta e liberação de crédito.
O interesse pelos modelos havia crescido com o programa do carro popular, mas, após o fim da iniciativa, a oferta de crédito voltou a piorar.
As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis, em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo.
Andreta Jr., presidente da FENABRAVE
Ela ainda lembra que os números de agosto foram melhores do que o mesmo mês em 2022, com uma alta de 13,7%> Mas, naquele momento, com a guerra na Europa, a escassez de peças e a alta no valor dos combustíveis também não representavam um cenário positivo.
Já em relação à alta das motocicletas, Andreta Jr. associa o ganho às melhores opções de crédito e financiamento, que fazem das motos uma alternativa.
Soluções
Para o presidente da FENABRAVE, é necessário estabelecer um programa de fomento à indústria a longo prazo. Segundo ele, a Federação está estudando projetos a serem propostos ao Governo Federal para tornarem os veículos mais acessíveis ao consumidor de menor renda.
Como exemplo, ele citou a redução de preços, maior oferta de crédito e a valorização da descarbonização do setor.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!