O rim é um dos órgãos mais transplantados do mundo e o número 1 em transplantes no Brasil. Em uma nova pesquisa pioneira, cientistas desenvolveram com sucesso rins humanizados em estágio inicial em embriões de porco, aumentando o potencial do uso de animais para cultivar órgãos para transplante em humanos.

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Transplantes de rins

Como o alto número de pessoas na fila para transplante de rins, cientistas começaram a investigar uma forma alternativa de prover esses órgãos. Uma das opções foi o xenotransplante, o transplante de órgãos de animais para humanos.

Isso já foi testado com ratos e camundongos antes, transplantando o órgão de um para outro para entender como eles se adaptariam em sistemas diferentes, mas, com porcos, nunca chegou a dar certo.

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Na nova tentativa, a pesquisa usou células humanas e suínas modificadas geneticamente para criar um rim, o que é chamado de quimera.

Cirurgiões realizam primeiro transplante de útero bem-sucedido do Reino Unido
(Imagem: S_L/Shutterstock)

Problemas anteriores

Na tentativa anterior, o problema era que as células suínas superaram as humanas em quantidade, além de ambas terem necessidades fisiológicas específicas e diferentes entre si, o que não seria atendido igualmente em um porco e em um humano.

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Segundo o site IFLScience, dessa vez, os cientistas modificaram os embriões do órgão para dependerem das células humanas ao invés das suínas, impossibilitando que esta última se superasse.

Além disso, eles usaram células-tronco humanas projetadas para se integrarem às células suínas, tornando-as mais similares às humanas e menos propensas a se destruírem diante de uma rejeição do corpo.

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Testes e resultados

  • Depois, os embriões quiméricos foram cultivados de forma a atender as necessidades de ambas as espécies e transplantados para porcas.
  • Após de 25 a 28 dias, a gestação foi encerrada e os embriões removidos para análise.
  • No processo de análise, os pesquisadores descobriram que todos os rins cultivados tinham estruturas normais para o estágio em que estavam, incluindo estruturas que se ligariam a outras partes do corpo, como a bexiga.
  • Quando à quantidade, de 50 a 60% das células renais eram humanas, o que significa que as células suínas não se superaram.
(Imagem: Mark Agnor/Shutterstock)

O que isso significa para os transplantes de rins

O resultado da pesquisa mostrou que os rins cultivados em porcos eram estruturalmente normais e humanizados.

Na prática, os cientistas ainda terão que avançar nos estudos para descobrir, por exemplo, como eles interagem com outras partes do corpo e testá-los em humanos. No entanto, isso já os da esperança de que, se esses próximos desafios forem superados, pode revolucionar a prática de transplantes de rins.

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