A formação do crânio em vertebrados, incluindo humanos, ainda é mal compreendida, mas um peixe de 455 milhões de anos pode ajudar a mudar isso. Pesquisadores têm poucos registros sobre a evolução dessa estrutura em peixes. E esses dados poderiam apoiar o entendimento de como se deu nosso crânio como o conhecemos. Agora, a descoberta de um fóssil ainda preservado pode ajudar a desvendar como chegamos até aqui.

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Crânio de peixe milenar

  • Trata-se do crânio do peixe sem mandíbula Eriptychius americanus, de 455 milhões de anos. A peça foi encontrada em Harding Sandstone, no Colorado, na década de 1940.
  • Até agora, pesquisadores entendem pouco de como os peixes sem mandíbula evoluíram para algumas espécies com mandíbula, e como a evolução fez com que os animais vertebrados chegassem até aqui – incluindo o crânio humano.
  • Isso porque eles têm poucos registros fósseis dessa época “intermediária”, que durou cerca de 100 milhões de anos.
  • Ao encontrar o fóssil, os pesquisadores reconstruíram sua estrutura usando técnicas modernas de imagem e fizeram a primeira cabeça vertebrada preservada em 3D até agora, como contou Richard Dearden, paleobiólogo do Centro de Biodiversidade Naturalis, na Holanda, e autor principal do novo artigo.
  • Segundo o site Science Alert, para reconstruir o fóssil e estudá-lo adequadamente, os pesquisadores usaram uma técnica de raios-x chamada tomografia computadorizada.
Representação do processo de reconstrução do crânio (Foto: Museu Field de História Natural/Richard Dearden/Ivan Samson)

Conclusões

Então, eles descobriram que a caixa craniana do animal era diferente de outras dos peixes modernos com mandíbula ou dos anteriores, sem mandíbula. Na verdade, o Eriptychius americanus tinha uma anatomia quase intermediária, com cartilagens e estruturas ósseas.

Isso ajuda a explicar o que aconteceu nesse meio tempo de milhões de anos e como se formou o crânio dos peixes que vieram depois dele, até, consequentemente, o crânio de outros vertebrados, como os humanos.

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Eriptychius americanus parece ser a primeira evidência de uma série de cartilagens que separam o cérebro do resto da cabeça. Estes resultados são tremendamente entusiasmantes e podem revelar a história evolutiva inicial de como os vertebrados primitivos protegiam os seus cérebros.

Paleobiólogo Ivan Sansom, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido

O estudo pode ser lido na íntegra aqui.

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