Homem é encontrado mumificado 16 dias após ser visto vivo

O caso chamou atenção dos pesquisadores porque as condições do local não eram ideias para a mumificação do cadáver
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 21/09/2023 18h31
Mumificação natural
Múmia (Imagem ilustrativa: Kobzev Dmitry/Shutterstock.com)
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A mumificação de cadáveres era uma prática comum na Antiguidade, mas você sabia que esse processo pode acontecer naturalmente nas condições ideais? Entretanto, isso demora, levando até 12 meses para ocorrer. Mas um caso na Bulgária tem chamado atenção de cientistas: um homem foi encontrado mumificado 16 dias após ter sido visto vivo.

A múmia foi encontrada no dia 3 de setembro, próximo a uma linha férrea na cidade de Sófia, capital da Bulgária. De acordo com informações da polícia local, o indivíduo é um homem de 34 anos, com histórico de alcoolismo, visto pela última vez no dia 16 de agosto.

No estudo publicado recentemente na revista Cureus, pesquisadores descrevem a ocorrência e as condições em que o cadáver foi encontrado — as imagens do corpo mumificado se encontram no estudo e podem ser fortes. De acordo com eles, a pele do indivíduo possui coloração que variava em diferentes tons de marrom, além do cérebro, vísceras e outros órgãos terem murchado em massas escuras e sem estrutura. 

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Condições para uma mumificação precoce

Para um corpo ser mumificado precocemente, como no relato de caso, é necessário condições como altas temperaturas e clima seco. Se elas forem atendidas é possível que o processo de mumificação supere o de decomposição.

  • As temperaturas diurnas precisam ser acima de 30 graus Celsius;
  • A umidade do ar não pode ser maior que 50%;
  • Os níveis de radiação solar precisam ser de cerca de 600 Watts por metro quadrado;
  • E a velocidade dos ventos deve ser em torno de 32 quilômetros por hora.

No entanto, o que chocou os pesquisadores foi o fato dessas condições não terem sido atendidas nos 16 dias desde que o homem foi visto vivo até quando ele foi encontrado morto. As temperaturas na cidade de Sófia variaram entre 16 e 33 graus Celsius, a umidade do ar foi de cerca de 52%, enquanto a radiação solar média foi de cerca de 257 Watts por metro quadrado.

A velocidade do vento também não atingiu o ideal, mas os pesquisadores acreditam que os trens que passavam pela linha férrea forneciam condições de vento ideais para evaporação dos fluidos corporais. No entanto, isso ainda não é suficiente para o cadáver ser mumificado, ao invés de estar em decomposição e o caso segue sem uma explicação.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.