A indústria de energia eólica está em pleno crescimento em todo o mundo, com inovações na área aparecendo constantemente. Mas o aumento no tamanho das turbinas eólicas offshore está gerando desafios significativos.

O rápido avanço na busca por turbinas maiores, capazes de gerar mais energia, pode estar causando mais problemas do que soluções. Foi isso o que apontou um artigo publicado no Financial Times.

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A corrida pela produção de turbinas cada vez maiores tem sido um fenômeno na indústria nos últimos anos. No entanto, especialistas e executivos do setor estão agora levantando questões cruciais sobre os impactos dessa tendência.

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As turbinas eólicas offshore atuais são verdadeiras proezas de engenharia. O destaque fica por conta das turbinas de oito megawatts da empresa dinamarquesa Ørsted, que podem alimentar uma casa por 24 horas com uma única rotação de suas pás de 81 metros. No entanto, empresas concorrentes, como a SSE, já estão introduzindo turbinas com pás de 107 metros capazes de abastecer uma casa por dois dias.

Crescimento acelerado levanta preocupações

  • Essa busca por escalabilidade tem sido responsável por reduzir significativamente os custos da energia eólica, contribuindo para a descarbonização do sistema energético.
  • No entanto, a aceleração no desenvolvimento de novos modelos de turbinas tem gerado preocupações.
  • Christoph Zipf, porta-voz do grupo comercial WindEurope, alerta que “a aceleração nos ciclos de desenvolvimento de novos modelos de turbinas eólicas nos últimos anos não tem sido útil e precisa ser desacelerada”.
  • Evolução do crescimento das turbinas eólicas, apresentada pelo Financial Times (as dimensões exatas variam entre modelos específicos e marcas):
    • 1991: 0,5 MW (masto de 35 m, diâmetro de 35 m)
    • 2001: 2,0 MW (mastro de 64 m, diâmetro de 76 m)
    • 2010: 2,3 MW (mastro de 68 m, diâmetro de 93 m)
    • 2015: 6,0 MW (mastro de 102 m, diâmetro de 154 m)
    • 2017: 8,0 MW (mastro de 113 m, diâmetro de 164 m)
    • 2024: 16,0 MW (mastro de 146 m, diâmetro de 252 m)

Soluções possíveis

Imagem: F.Schmidt/Shutterstock

Uma das soluções propostas é a padronização dos modelos de turbinas existentes, em vez de buscar constantemente novos designs maiores. Alguns executivos da indústria argumentam que isso permitiria atender às metas de crescimento de energia limpa de maneira mais eficiente e sustentável.

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Jochen Eickholt, CEO do fabricante de turbinas Siemens Gamesa, destaca que, embora seja tecnicamente possível criar turbinas ainda maiores, é necessário desenvolver a infraestrutura adequada, incluindo portos e embarcações, para suportá-las.

No entanto, a competição acirrada no mercado global de energia eólica torna difícil resistir ao desejo de produzir turbinas maiores e mais eficientes. Isso é especialmente evidente com a concorrência chinesa, que está crescendo rapidamente.

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Alguns acreditam que um limite temporário no tamanho das turbinas pode ser uma solução viável para garantir a padronização e evitar que o mercado exceda sua capacidade. No entanto, nem todos concordam com essa abordagem, argumentando que isso poderia inibir a inovação.

À medida que a indústria busca equilibrar o crescimento com a sustentabilidade e a rentabilidade, as discussões sobre o tamanho das turbinas eólicas e o futuro da energia limpa continuarão a dominar a agenda do setor.

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