Guerra dos chips: EUA vão proibir financiamento à China

Lei apresentada pelo governo dos EUA impede que subsídios à fabricação de chips sejam liberados para países como China e Rússia
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 22/09/2023 15h20, atualizada em 02/10/2023 10h37
Guerra dos chips entre EUA e China
Imagem: William Potter/Shutterstock
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O governo dos Estados Unidos está finalizando o processo de regulamentação da proposta que vai impedir que subsídios à fabricação de semicondutores sejam oferecidos para a China e outros países considerados como uma ameaça à segurança nacional norte-americana. Esse é o último obstáculo antes que o governo Joe Biden possa começar a conceder US$ 39 bilhões, mais de R$ 190 bilhões, para a produção de semicondutores.

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O que diz a lei

  • No total, a lei proposta fornece US$ 52,7 bilhões, cerca de R$ 260 bilhões, para a produção, pesquisa e desenvolvimento da força de trabalho de semicondutores nos EUA.
  • O regulamento, proposto pela primeira vez em março, estabelece “grades de proteção” ao limitar os destinatários do financiamento.
  • Estão proibidos de receber os recursos países considerados como ameaça aos EUA, caso de China e Rússia, por exemplo.
  • As informações são da Reuters.

Guerra dos chips

A proposta prevê que, em caso de violação dessas regras, os recursos sejam recuperados pelo governo dos EUA. A proibição é válida por 10 anos. A lei ainda precisa ser aprovada no Congresso.

Temos que estar absolutamente vigilantes para que nem um centavo disso ajude a China a sair na frente. Estamos atrasados, mas é mais importante acertarmos. E se levarmos mais um mês ou mais algumas semanas para acertar, vou defender isso porque é necessário.

Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA

A medida faz parte dos esforços dos Estados Unidos para impedir o acesso da China aos produtos de alta tecnologia. A disputa tem sido chamada de a “guerra dos chips“.

Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.

Além disso, cidadãos americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.

EUA querem impedir acesso da China à subsídios para fabricação de chips semicondutores (Imagem: Wallpaper Flare)

Importância dos chips semicondutores

Nos últimos anos, os chips semicondutores se tornaram uma força vital da economia moderna e o cérebro de todos os dispositivos e sistemas eletrônicos, de iPhones até torradeiras, data centers a cartões de crédito. Um carro novo, por exemplo, pode ter mais de mil chips, cada um gerenciando uma operação do veículo.

Os semicondutores também são a força motriz por trás das inovações que prometem revolucionar a vida no próximo século, como a computação quântica e a inteligência artificial, como o ChatGPT, da OpenAI.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.