Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a NASA completou com sucesso a primeira missão de retorno de amostras de asteroides da agência. No domingo (24), a cápsula de armazenamento da sonda OSIRIS-REx pousou na região desértica ao redor do Campo de Teste e Treinamento Militar de Utah, no oeste dos EUA, contendo fragmentos de Bennu, uma rocha espacial de 525 m de largura rica em carbono.

Agora, a espaçonave principal embarcou em uma segunda missão: chegar perto do intrigante asteroide Apophis, que antes se pensava representar uma ameaça à Terra, com possível risco de impacto (já descartado) dentro de 45 anos.

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Na noite de sábado (23), cerca de 20 minutos depois de liberar a cápsula OSIRIS-REx a 101 km de altitude da Terra, a espaçonave (que agora se chama OSIRIS-APEX) acionou seus motores em uma manobra de mudança de rota e seguiu na direção do Sol, em um trajeto em looping.

Ela vai passar dentro das órbitas de Vênus e da Terra várias vezes, até finalmente se encontrar com Apophis, o que está previsto para acontecer em 8 de abril de 2029, quando o asteroide estará chegando bem perto do nosso planeta.

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A missão OSIRIS-APEX (sigla em inglês para algo como Explorador de Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos e Segurança de Apophis) não coletará amostras deste asteroide, mas estudará a rocha por 18 meses. Essas operações de proximidade incluirão imagens e mapeamento de Apophis e uma manobra de encontro, como a que foi feita para obter material de Bennu em outubro de 2020. 

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Embora não sejam recolhidos fragmentos do asteroide para serem analisados na Terra, essa aproximação servirá para obter informações únicas sobre a subsuperfície, composição e propriedades de Apophis, um objeto próximo da Terra (NEO) de alto perfil com cerca de 340 metros de largura que teria chance de colidir com o planeta em 2068. 

Após um refinamento dos cálculos, Apophis não é mais considerado uma ameaça, e a dança celeste do Sistema Solar vai oferecer uma chance de se aproximar desse antigo inimigo.

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Quando o asteroide Apophis se aproxima da Terra

No dia 13 de abril de 2029, Apophis vai chegar a apenas 32 mil km da Terra, oferecendo uma grande oportunidade de observação. Segundo a NASA, isso vai ensinar mais não apenas sobre asteroides, mas também sobre a evolução do Sistema Solar.

Enquanto Bennu é um asteroide do tipo B rico em carbono, Apophis é do tipo S, ou “pedregoso”, composto principalmente de silicato e níquel. Essas relíquias dessa era primordial são comuns no Sistema Solar interno e podem revelar segredos das origens dos planetas e dos processos que levaram à sua formação.

Por causa de suas propriedades comuns, também será útil para os esforços de proteção planetária. “Embora o Apophis não seja perigoso, esperamos que seja muito semelhante a outros NEOs que podem colidir com a Terra”, disse Olivier Hainaut, astrônomo que trabalha em NEOs no Observatório Europeu do Sul (ESO), ao site Space.com.

Junto a outras missões diversas dedicadas ao estudo de Apophis, a OSIRIS-APEX fornecerá mais peças do quebra-cabeça, ajudando os pesquisadores a entender os objetos primordiais em nossa vizinhança e como proteger o nosso planeta de possíveis colisões.