Apesar de todo o conhecimento já adquirido, a ciência ainda está fazendo descobertas sobre os dinossauros. A mais recente tem relação com a origem das penas desses antigos animais, um tema motivador de discussões dentro da comunidade científica. Segundo um estudo publicado na revista Nature Ecology and Evolution, a composição proteica da plumagem dos dinossauros era muito semelhante à das aves de hoje. Por isso, os pesquisadores sugerem que as penas existentes atualmente podem ter se originado muito antes do que se pensava até então.

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A origem das penas dos dinossauros

  • Estudos anteriores com penas de dinossauros fossilizadas apontaram que elas tinham uma composição proteica diferente da das aves modernas.
  • De acordo com essa teoria, a plumagem dos antigos animais era formada por proteína alfa-queratina, o que teria tornado as penas muito menos rígidas em comparação com as ricas em beta-queratina das aves de hoje.
  • Lembrando que quanto mais rígidas forem as penas, melhores as condições para o voo.
  • No entanto, pesquisadores questionaram se os fósseis usados para chegar a essa conclusão refletiam com precisão como eram as penas na época, ou se a composição proteica havia sido afetada pela fossilização.
  • Após estudo, eles chegaram a uma conclusão que muda o entendimento aceito até então.
  • As informações são da IFLScience.
Dakotaraptores (Imagem: Warpaint/Shutterstock)

Estudo pode ajudar a entender melhor o processo de fossilização

Os pesquisadores combinaram a tecnologia de raios-X e luz infravermelha para analisar penas fósseis de 125 milhões de anos de Sinornithosaurus, um dinossauro emplumado, Confuciusornis, um pássaro primitivo, e uma pena de 50 milhões de anos encontrada nos EUA. Eles também realizaram experimentos simulando o calor ao qual as penas teriam sido expostas durante o processo de fossilização.

Os resultados mostraram que, embora as penas antigas contivessem alfa-queratina, provavelmente a substância não estava lá originalmente. A equipe também encontrou vestígios de beta-queratina, significando que a alfa-queratina provavelmente foi formada pela degradação da beta-queratina em função das altas temperaturas.

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Nossos experimentos agora podem explicar essa química estranha como resultado da degradação de proteínas durante o processo de fossilização. Portanto, embora algumas penas fósseis preservem vestígios das proteínas beta originais, outras penas fósseis estão danificadas e nos dizem uma narrativa falsa sobre a evolução das penas.

Tiffany Slater, principal autora do estudo

A presença de alguns traços de beta-queratina também acaba com o debate sobre se as proteínas podem ser preservadas por longos períodos de tempo. No artigo, os pesquisadores sugerem que, por causa disso, a paleontologia deve avançar para uma análise mais “holística” de fósseis antigos e das biomoléculas presentes dentro deles.

Vestígios de biomoléculas antigas podem claramente sobreviver por milhões de anos, mas você não pode ler o registro fóssil literalmente porque até mesmo tecidos fósseis aparentemente bem preservados foram cozidos e esmagados durante a fossilização. Estamos desenvolvendo novas ferramentas para entender o que acontece durante a fossilização e desvendar os segredos químicos dos fósseis. Isso nos dará novos insights empolgantes sobre a evolução de tecidos importantes e suas biomoléculas.

Maria McNamara, autora sênior do estudo