O inverno de 2023 no Brasil foi marcado pelo registro de altas temperaturas, tornando-o um dos mais quentes desde 1961. O aquecimento pode ser um reflexo do fenômeno El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacifico na costa oeste do Peru, e do aquecimento global.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), massas de ar frio causaram a queda das temperaturas e formações de geadas nas regiões serranas do Sul do Brasil durante o inverno. No entanto, no restante do país, o calor tomou conta da situação. 

publicidade

Causado pela atuação de massas de ar quente e seco, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sofreram com cerca de 70 dias de calor intenso na estação, registrando temperaturas acima de 30°C. Nas regiões norte e noroeste de São Paulo, e no triângulo mineiro, a média foi de 50 a 70 dias de temperaturas elevadas, que aconteceram principalmente nos meses de agosto e setembro.

Número de dias, de 0 a 100, que as temperaturas forma acima de 30°C no inverno (Crédito: INMET)

publicidade

Leia mais:

Além de temperaturas elevadas, o país também foi atingido por extremas ondas de calor, fazendo com que alguns termômetros marcassem 40°C em algumas cidades e as temperaturas atingissem valores 1,5°C maiores que a média climática histórica.

publicidade

Cidades que marcaram as temperaturas mais altas de acordo com dados do INMET

  • Cuiabá (MT): 41,8°C no dia 23 de agosto
  • Balsas (MA): 41,5 C no dia 15 de agosto
  • Bom Jesus do Piauí (PI): 41,5°C no dia 15 de agosto

Além disso, as cidades de São Paulo e Cuiabá também tiveram os invernos mais quentes dos últimos 63 anos.

El Niño e o inverno quente

As previsões de um inverno quente já estavam sendo feitas desde o início da estação. A chegada do El Niño dificulta a entrada de frentes frias no país, fazendo com que o inverno tenha temperaturas acima do normal e com menor incidência de chuvas.

publicidade

Além disso, pesquisadores apontam que apesar do fenômeno não estar relacionado com o aquecimento global, as mudanças climáticas potencializam o aumento das temperaturas atmosféricas. Os dois fatores combinados provavelmente irão fazer com que os recorde de calor e mudanças nos padrões climáticos se tornem cada vez mais frequentes nos próximos meses.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!