O governo brasileiro decidiu reduzir seu plano de expansão da frota de caças Saab Gripen de 66 para 50 unidades, visando agilizar a compra das aeronaves. Para isso, procurou negociar aditivo ao contrato atual com a Suécia, além de explorar a possibilidade de vender até quatro modelos de transporte militar Embraer KC-390 para o país europeu.

Embora o acordo ainda não tenha sido oficialmente apresentado aos suecos, o ministro da Defesa, José Múcio, já está discutindo a proposta. A intenção é utilizar cláusula do contrato firmado em 2015 entre os dois países que permite ao Brasil aumentar o pedido inicial de 36 caças dentro de certas condições estabelecidas.

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Esse aditivo representa acréscimo de 25% ao valor inicial da compra, estimado em R$ 17,7 bilhões. Com os pagamentos a serem realizados em 25 anos, isso resultaria em gasto adicional de cerca de R$ 4,5 bilhões.

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Acordo pelos Gripen

  • A Força Aérea Brasileira (FAB) já recebeu seis caças Gripen E, dois a menos do que o previsto, mas isso é considerado atraso normal;
  • No entanto, para viabilizar o aditivo ao contrato, pode ser necessário realizar cortes de custos adicionais;
  • Como resultado, foi decidido modificar a construção de 15 das 36 aeronaves no Brasil;
  • Inicialmente, o plano era produzir o modelo F, de dois lugares, em parceria com a Saab e a Embraer. No entanto, devido à economia, a produção será concentrada apenas no modelo E, considerado menos complexo.

Além das mudanças na compra dos caças, outras cláusulas podem ser renegociadas, como sistemas embarcados, armamentos, pacotes de serviço e programas de compensação. O governo brasileiro pretende usar essa oportunidade para promover a venda dos aviões de transporte militar KC-390 para a Suécia.

O KC-390 tem recebido boa aceitação no mercado europeu, e a parceria com a Embraer pode fortalecer a indústria aeroespacial sueca, que enfrenta dificuldades devido à concorrência do F-35 americano. Além disso, a venda dos KC-390 para países, como Áustria, Portugal, Holanda e Hungria, demonstra o potencial de mercado da aeronave.

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O governo brasileiro espera que essa negociação possa impulsionar as vendas dos caças Gripen e mostrar o interesse de potenciais clientes, como a Colômbia. A decisão de consolidar todas essas negociações é vista como estratégia política importante para o governo, pois envolve despesa significativa, mas também oferece oportunidades de ganhos para o País.

Vale ressaltar que a FAB possui participação no desenvolvimento do KC-390 e tem direito a 3,2% de royalties em cada exportação.

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No entanto, no ano passado, o acordo entre FAB e Embraer para a compra dos KC-390 foi revisado e a encomenda foi reduzida de 28 para 19 aeronaves. Isso gerou descontentamento entre as partes, mas a cooperação mútua entre ambas pode ajudar a restabelecer harmonia na relação.

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