O X, antigo Twitter, está mais uma vez envolvido em acusações sobre propagação de desinformação. Um relatório da TrustLab, que atua para auxiliar na relação entre as mídias sociais e os governos, aponta que a empresa de Elon Musk é a plataforma com a maior proporção de desinformação na União Europeia, seguida pelo Facebook.

Leia mais

publicidade

X não está atuando para combater a desinformação

  • Segundo o documento, o antigo Twitter ainda permite um maior engajamento destes posts enganosos em relação a outras redes sociais pesquisadas, caso do TikTok, YouTube e Facebook, por exemplo.
  • As conclusões do relatório, que analisou postagens em todos os estados-membros da UE, estão sendo utilizadas pelos reguladores europeus como forma de pressionar o X a adotar medidas para evitar a propagação de desinformação.
  • A plataforma chegou a aceitar participar de um acordo, junto de empresas como Meta, Microsoft e Google, que prevê novas regras para as redes sociais dentro do espaço europeu.
  • No entanto, a empresa abandonou o acordo em maio de 2023.
  • As informações são da The Verge.

Mais cobranças ao antigo Twitter

A postura do X tem sido fortemente criticada pelas autoridades europeias. A rede social foi acusada de apresentar relatórios “carentes de dados, sem informações sobre compromissos para capacitar a comunidade de checagem de fatos”.

Embora o acordo assinado pelas empresas de mídias sociais seja voluntário, ele é visto como um precursor da nova Lei de Serviços Digitais da UE. Essa nova legislação entrou em vigor em agosto e todas as redes sociais, inclusive o antigo Twitter, serão obrigadas a cumprir totalmente no início do próximo ano, sob pena de punições.

publicidade

Plataformas muito grandes que violam repetidamente o código e não executam medidas de mitigação de risco adequadamente correm o risco de multas de até 6% de seu faturamento global.

Thierry Breton, comissário da UE para o mercado interno

O mais recente relatório coloca ainda mais pressão sobre a plataforma de Musk. O próprio bilionário foi cobrado pelas autoridades do bloco europeu.

O Sr. Musk sabe que não está fora do gancho ao deixar o código de prática. Há obrigações sob a lei dura. Então, minha mensagem para o Twitter/X é que você tem que cumprir. Estaremos observando o que você faz.

Věra Jourová, comissária da UE para os valores e transparência
X não tem atuado no combate à desinformação, segundo UE (Imagem: Yalcin Sonat/Shutterstock)

Outras empresas têm adotado uma postura diferente

O comportamento do X vai contra o que é verificado por outras empresas. O Google, por exemplo, diz que retirou do ar mais de 140 mil anúncios políticos na UE “por falhar no processo de verificação de identidade”, enquanto a Microsoft restringiu ou bloqueou a criação de 6,7 milhões de contas falsas no LinkedIn no primeiro semestre deste ano.

publicidade

O TikTok, por sua vez, afirma ter removido mais de 140 mil vídeos por infringir sua política de desinformação, enquanto a Meta aplicou rótulos de verificação de fatos a mais de 40 milhões de conteúdos no Facebook e no Instagram.

As novas regras da União Europeia fazem parte dos esforços para barrar principalmente a propagação de desinformação sobre a guerra da Rússia na Ucrânia. O Google informa que removeu 411 canais do YouTube vinculados à Agência de Pesquisa da Internet apoiada pelo Estado russo, enquanto o TikTok removeu 211 vídeos após verificá-los.