EUA 2024: big techs relaxam políticas de desinformação nas eleições

Empresas de tecnologia dos EUA estão relaxando suas políticas de desinformação, levantando preocupações sobre as eleições de 2024
Ana Luiza Figueiredo28/09/2023 06h42
desinformação
Imagem: Bits And Splits / Shutterstock.com
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As eleições de 2024 se aproximam em diversos países do mundo, inclusive as importantes eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em um cenário amplamente esperado para ser repleto de desinformação e falsidades, as principais empresas de tecnologia com sede no país estão suavizando suas políticas destinadas a conter esses problemas, levantando preocupações sobre o aumento da propagação de informações incorretas.

O que você precisa saber:

  • No último mês, o YouTube anunciou que deixaria de remover conteúdo que alega falsamente que a eleição presidencial dos EUA de 2020 foi marcada por “fraudes, erros ou falhas”.
  • Isso foi seguido pelo Twitter, agora conhecido como X, que anunciou que não mais aplicaria sua política de desinformação sobre a Covid-19.
  • Essas mudanças ocorrem, segundo reportagem do Tech Xplore, em meio a pressões de grupos de direita que acusam as empresas de suprimir a liberdade de expressão, resultando na flexibilização das políticas de moderação de conteúdo e na redução das equipes de confiança e segurança.
  • A erosão dessas políticas preocupantes ocorre em um momento crítico, com mais de 50 eleições importantes programadas para o próximo ano, não apenas nos Estados Unidos, mas também na Índia, África e União Europeia.
  • Isso levou especialistas a alertarem sobre a incapacidade crescente das empresas de tecnologia em enfrentar o dilúvio de desinformação que se avizinha.

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A organização Global Coalition for Tech Justice lançou um relatório recente afirmando que “as empresas de mídia social não estão preparadas para o tsunami eleitoral de 2024”, enquanto outros observadores destacam a necessidade urgente de compreender como as plataformas estão sendo usadas para influenciar o processo democrático.

Com a crescente polarização política nos Estados Unidos, a moderação de conteúdo nas redes sociais se tornou um tópico de alto risco e debate. A Suprema Corte dos EUA recentemente suspendeu temporariamente uma ordem que limitava a capacidade da administração Biden de pressionar as empresas de mídia social para remover conteúdo considerado desinformação.

Além disso, pesquisadores que estudam a desinformação enfrentam investigações do Congresso e processos movidos por ativistas conservadores, que os acusam de promover a censura.

À medida que as empresas de tecnologia afrouxam suas políticas de desinformação, aumenta a preocupação de que o cenário político global esteja entrando em uma “Era da Irresponsabilidade”. Isto é, um momento onde a propagação de informações incorretas e conspiratórias possa se tornar ainda mais desenfreada, levantando questões urgentes sobre a integridade das eleições e da democracia em todo o mundo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.