As eleições de 2024 se aproximam em diversos países do mundo, inclusive as importantes eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em um cenário amplamente esperado para ser repleto de desinformação e falsidades, as principais empresas de tecnologia com sede no país estão suavizando suas políticas destinadas a conter esses problemas, levantando preocupações sobre o aumento da propagação de informações incorretas.
O que você precisa saber:
- No último mês, o YouTube anunciou que deixaria de remover conteúdo que alega falsamente que a eleição presidencial dos EUA de 2020 foi marcada por “fraudes, erros ou falhas”.
- Isso foi seguido pelo Twitter, agora conhecido como X, que anunciou que não mais aplicaria sua política de desinformação sobre a Covid-19.
- Essas mudanças ocorrem, segundo reportagem do Tech Xplore, em meio a pressões de grupos de direita que acusam as empresas de suprimir a liberdade de expressão, resultando na flexibilização das políticas de moderação de conteúdo e na redução das equipes de confiança e segurança.
- A erosão dessas políticas preocupantes ocorre em um momento crítico, com mais de 50 eleições importantes programadas para o próximo ano, não apenas nos Estados Unidos, mas também na Índia, África e União Europeia.
- Isso levou especialistas a alertarem sobre a incapacidade crescente das empresas de tecnologia em enfrentar o dilúvio de desinformação que se avizinha.
Leia mais:
- Pseudociência: entenda o que é e veja seus perigos
- Por que o TikTok é perigoso?
- Instagram com erro? Veja como consertar principais bugs na rede social
A organização Global Coalition for Tech Justice lançou um relatório recente afirmando que “as empresas de mídia social não estão preparadas para o tsunami eleitoral de 2024”, enquanto outros observadores destacam a necessidade urgente de compreender como as plataformas estão sendo usadas para influenciar o processo democrático.
Com a crescente polarização política nos Estados Unidos, a moderação de conteúdo nas redes sociais se tornou um tópico de alto risco e debate. A Suprema Corte dos EUA recentemente suspendeu temporariamente uma ordem que limitava a capacidade da administração Biden de pressionar as empresas de mídia social para remover conteúdo considerado desinformação.
Além disso, pesquisadores que estudam a desinformação enfrentam investigações do Congresso e processos movidos por ativistas conservadores, que os acusam de promover a censura.
À medida que as empresas de tecnologia afrouxam suas políticas de desinformação, aumenta a preocupação de que o cenário político global esteja entrando em uma “Era da Irresponsabilidade”. Isto é, um momento onde a propagação de informações incorretas e conspiratórias possa se tornar ainda mais desenfreada, levantando questões urgentes sobre a integridade das eleições e da democracia em todo o mundo.