Lego descarta fazer peças com reciclados – pela sustentabilidade

A empresa analisou os impactos que usar garrafas PET recicladas teria na fabricação das suas peças – e os resultados foram decepcionantes
Por Pedro Spadoni, editado por Bruno Ignacio de Lima 05/10/2023 13h20, atualizada em 05/10/2023 15h33
Peças de Lego de várias cores
(Imagem: patat/Shutterstock)
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A Lego considera abandonar seus planos de fabricar peças a partir de garrafas PET recicladas, em vez de plástico à base de petróleo. Isso porque a empresa teria descoberto que a troca não reduziria as emissões dos gases causadores do efeito estufa do seu processo de fabricação, segundo o IFLScience.

Para quem tem pressa:

  • A Lego reconsidera a produção de peças a partir de garrafas PET recicladas após descobrir que isso não reduziria as emissões de gases do efeito estufa do seu processo de fabricação;
  • As peças clássicas da Lego são feitas de acrilonitrila butadieno estireno (ABS), um polímero termoplástico derivado do petróleo;
  • A empresa mantém o compromisso de produzir peças sustentáveis, mas continua em busca de um material alternativo ao plástico à base de petróleo;
  • Em 2020, a Lego estabeleceu a meta de fabricar todas as suas peças a partir de materiais sustentáveis até 2030.

No entanto, a empresa afirma que ainda está comprometida em produzir peças a partir de materiais sustentáveis dentro de uma década. Em entrevista ao Financial Times (FT), o CEO da Lego, Niels Christiansen, disse que a fabricante dinamarquesa de brinquedos havia “testado centenas e centenas de materiais”. Mas, ele ainda procura por um “material mágico” capaz de substituir o plástico à base de petróleo das suas pecinhas.

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Em 2020, a Lego se comprometeu a fabricar todas as suas peças a partir de materiais sustentáveis até 2030. Mas a promessa tem esbarrado em alguns obstáculos.

Lego e sustentabilidade

Trabalhador de Lego carregando pecinha em chão de Lego
(Imagem: Lewis Tse/Shutterstock)

A maioria das peças clássicas da Lego é feita de acrilonitrila butadieno estireno (ABS), um polímero termoplástico derivado do petróleo.

A empresa considerava a ideia de mudar para o polietileno tereftalato reciclado (PET), outro polímero termoplástico comumente encontrado em garrafas de bebidas. Mas sua pesquisa concluiu que isso acabaria emitindo a mesma quantidade de gases do efeito estufa.

As garrafas recicladas carecem de muitas das qualidades desejadas que tornam seus blocos clássicos. Sua fabricação requer ingredientes extras para dar-lhe robustez e torná-lo seguro, além de exigir mais energia para processar e secar o material.

Uma vez considerado isso, a Lego afirma que ele se provaria tão insustentável quanto suas opções atuais. “É como tentar fazer uma bicicleta de madeira em vez de aço”, disse Tim Brooks, chefe de sustentabilidade da Lego, ao FT.

Ao Independent, um porta-voz da Lego disse:

Estamos investindo mais de US$ 1,4 bilhão de dólares [aproximadamente R$ 7,25 bilhões] em iniciativas de sustentabilidade nos quatro anos até 2025 como parte de nossos esforços para fazer a transição para materiais mais sustentáveis e reduzir nossas emissões de carbono em 37% até 2032.

Pedro Spadoni
Redator(a)

Pedro Spadoni é jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Já escreveu para sites, revistas e até um jornal. No Olhar Digital, escreve sobre (quase) tudo.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.