A jornalista Leila Warah, de 25 anos, ganhou grande quantidade de seguidores no TikTok por fornecer notícias sobre o conflito entre Israel e Hamas a partir de perspectiva jovem e palestina-estadunidense.

Warah vive em campo de refugiados na Cisjordânia, onde seu pai palestino cresceu e toda sua família reside. Com visão única do conflito, ela busca trazer análise detalhada dos eventos em meio à realidade vivida por ela. Ao contar as histórias das vítimas em ambos os lados, Warah destaca a importância de reconhecer as perdas humanas e a necessidade de buscar soluções pacíficas.

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As últimas 48 horas foram muito intensas. Acho que as pessoas realmente querem coisas que sejam palatáveis, fáceis de entender e decompostas para elas, mas também construídas para as redes sociais, que é onde as pessoas obtêm notícias hoje em dia.

Leila Warah, jornalista, em entrevista ao The New York Times

Além disso, Warah também contextualiza os acontecimentos atuais através da história da presença de Israel em Gaza. Ela destaca a importância de entender a complexidade do conflito, apresentando panorama histórico sobre a ocupação israelense nessa região. Com sua experiência pessoal e profundo conhecimento sobre a situação, ela traz olhar crítico para as ações e políticas adotadas por ambas as partes.

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Jovens e sua fonte de notícias

De acordo com estatísticas apresentadas pelo The New York Times, 20% dos jovens de 18 a 24 anos utilizam o aplicativo como fonte de notícias, o que torna o TikTok fonte popular para essa faixa etária. A hashtag #Palestina acumulou mais de 27,8 bilhões de visualizações no TikTok, enquanto #Israel acumulou 23 bilhões.

O aplicativo oferece plataforma para diferentes pontos de vista e muitos criadores fornecem análises e comentários sobre o conflito. O TikTok apresenta coberturas em primeira pessoa e no local feitas por indivíduos que vivem no conflito, o que atrai usuários em busca de informações sem filtros.

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  • Em comparação com os meios de comunicação tradicionais, o TikTok é considerado fonte de notícias mais confiável por alguns usuários, pois eles acreditam que a mídia tradicional apresenta narrativas tendenciosas;
  • Os palestinos têm usado o TikTok para compartilhar suas histórias e combater estereótipos, já que sentem que há falta de representação na mídia mainstream, segundo Jamie Cohen, professor assistente de estudos de mídia no Queens College, no sistema City University of New York;
  • As plataformas de mídia social, como o TikTok, se tornaram campos de batalha para opiniões públicas, com ambos os lados do conflito usando influenciadores para moldar a narrativa.

Eles estão muito conscientes das agendas noticiosas que são impulsionadas pelo capitalismo, pela política e pelo acesso e [eles] têm menos interesse em participar nisso.

Jamie Cohen, professor assistente de estudos de mídia no Queens College, no sistema City University of New York

Alguns criadores de conteúdo no TikTok têm como objetivo provocar reações e envolver os usuários no pensamento crítico, enquanto outros expressam suas opiniões sobre questões políticas.

Os usuários tendem a se interessar por conteúdos emocionais, o que leva a discurso intenso e algumas vezes tóxico sobre o conflito entre Israel e Hamas. Os jovens preferem conteúdos jornalísticos que sejam expressos por meio de experiências pessoais, pois consideram mais cativantes do que as fontes de notícias tradicionais.

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