Câncer de pâncreas: novo método pode ajudar a diagnosticar e tratar doença

Câncer de pâncreas ainda é de difícil detecção. Com novo método, pesquisadores esperam avançar nos diagnósticos prococes
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 19/10/2023 01h40
Visão raio-x de corpo de homem com pâncreas destacado em vermelho
(Imagem: Adobe Stock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O câncer de pâncreas é de difícil detecção e suas causas ainda não são plenamente conhecidas, o que torna sua taxa de mortalidade alta no Brasil. Agora, pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram um método que combina diagnóstico do câncer e terapia para combatê-lo usando anticorpos monoclonais. A esperança é que, no futuro, a ampliação do uso do método possa ajudar na detecção de tumores precocemente.

Leia mais:

Combate ao câncer de pâncreas

  • O método usado é o Theranostic (a junção de terapia e diagnóstico, em inglês).
  • O termo é usado para descrever a combinação do uso de um medicamento radioativo para identificar (diagnosticar) e um segundo medicamento radioativo para administrar terapia para tratar o tumor principal e quaisquer tumores metastáticos.
  • Nesse caso, cientistas japoneses o usaram para combater as células cancerígenas causadoras do câncer no pâncreas.
  • Para isso, eles usaram anticorpos monoclonais. Segundo o Instituto Butantan, anticorpos monoclonais são proteínas que circulam no sangue e ajudam a reconhecer e combater organismos invasores, como vírus, bactérias e toxinas, agindo diretamente no local em que elas afetam o corpo humano.
  • Os pesquisadores usaram esses anticorpos para chegar até a proteína glipicano-1 (GPC1), que aparece na maioria dos tumores pancreáticos e desempenha uma função no desenvolvimento da doença.
  • Para testar a técnica, eles injetaram células cancerígenas pancreáticas humanas em camundongos. Após o tumor estar desenvolvido, eles injetaram os anticorpos nos animais.
Ilustração digital de células de câncer em corrente sanguínea
Método pode ajudar na detecção de tumores de difícil diagnóstico (Imagem: Vitanovski/iStock)

Resultado

O resultado foi positivo: os pesquisadores viram uma forte absorção dos anticorpos nos tumores. Essa etapa ainda não tratou o tumor, mas ajudou a visualizá-lo, o que é importante porque, segundo o Instituto Nacional de Câncer -INCA, os tumores desse tipo são de difícil detecção.

Depois do diagnóstico, os cientistas partiram para a terapia e administraram a proteína com os anticorpos. Eles observaram uma mudança no DNA dos camundongos que reduziu o crescimento do tumor.

Câncer de pâncreas

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram os benefícios de se usar o método Theranostic. No futuro, eles esperam que essas técnicas possam ser aprimoradoras.

Com esse possível avanço, o cenário do câncer de pâncreas pode se tornar menos letal. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a doença é responsável por 5% do total de mortes causadas pelo câncer, sendo que é apenas 1% dos casos diagnosticados.

As causas também não são amplamente conhecidas. Algumas das possibilidades para a pré-disposição são condições genéticas, obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, baixo consumo de fibras e consumo excessivo de álcool.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.